O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta terça-feira (6/9) sobre a ação de busca e apreensão de materiais de campanha nos endereços dos comitês do ex-juiz Sergio Moro (União) ocorrido no último dia 3. O chefe do Executivo disse ter “péssimas lembranças” do ex-ministro, mas caracterizou a operação como “covardia”. A declaração ocorreu durante sabatina na Jovem Pan.
“Não tenho nada para defender do Moro, tenho péssimas recordações dele quando foi ministro. Podia ter feito muita coisa e não fez. Mas esse fato de ir na casa, ou comitê eleitoral, é uma agressão. É uma covardia o que fizeram com ex-ministro Moro. Uma covardia o que fizeram com os oito empresários [alvos da PF]. Por uma notinha do jornal Metrópoles, com emojis, se bloqueia contas, faz busca e apreensão na casa de empresários”, reclamou.
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“Por causa do tamanho de letra? Faz por escrito, decide a questão. Uma covardia que fizeram com o ministro Moro. Ex-ministro Moro”, completou.
As medidas foram solicitadas pela Federação Brasil da Esperança, liderada pelo PT, que apontou irregularidades nas peças de campanha dos dois candidatos. A Justiça concordou que havia “desconformidade entre o tamanho da fonte do nome do candidato a senador relativamente à dos suplentes”.
A residência de Sergio Moro foi alvo de busca e apreensão de material de campanha e a justificativa foi violação à legislação eleitoral pelo candidato ao Senado Federal não mencionar o nome de seus suplentes.
Moro também usou suas redes sociais para criticar a ação: “Hoje (3), o PT mostrou a 'democracia' que pretende instaurar no país, promovendo uma diligência abusiva em minha residência e sensacionalismo na divulgação da matéria. O crime? Imprimir santinhos com letras dos nomes dos suplentes supostamente menores do que o devido”, publicou na ocasião.
Poder “subiu à cabeça”
Ainda durante a sabatina, Bolsonaro disse que se sentiu traído por Moro e que o ex-ministro poderia ser vice em sua chapa à reeleição e até se candidatar à Presidência em 2026, mas o poder “subiu à cabeça”.
“Com Sergio Moro, sim, dei o Ministério para ele, como para todos, com porteira fechada pela competência. O Sergio Moro tinha tudo para ser um excelente político. Trazia uma bagagem muito grande lá atrás, da Lava-Jato. Tinha tudo para, agora, talvez, ser meu vice e, em 2026, ser candidato a presidente. Algo subiu à cabeça dele. As amizades que ele cultivou ao longo desse tempo dele de ministro, levou a isso”, disse, citando o ex-governador João Doria (PSDB).
“Não é que me arrependo [de ter escolhido Moro]. A gente escolhe as pessoas bem intencionados, depois cada um resolve seguir o seu ego e acaba nisso daí”, concluiu.
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