Líderes das pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), fizeram acenos ao eleitorado feminino ontem, em suas agendas de campanha. Bolsonaro, no Rio Grande do Sul, participou de evento exclusivo para mulheres. No Maranhão, Lula visitou o Casarão das Quebradeiras de Coco, em São Luís.
Após ser criticado por falas relacionadas às mulheres, Lula discursou, ao lado da esposa Janja, sobre o machismo na sociedade. "Ainda prevalece muito o machismo no nosso meio, às vezes o cara é progressista quando está no bar tomando aperitivo, mas, quando chega em casa, ele é machista", disse. Na última quinta-feira, em Belém, Lula declarou que homens devem "ir para a cozinha ajudar no serviço da mulher".
Com outro tom, Lula criticou os homens que não dividem as obrigações da casa com a mulher. "Ele não quer ajudar a companheira, ele não compartilha com a companheira as coisas de casa. Ele acha que determinadas coisas são tarefas de mulher."
O petista ainda comparou o trabalho de governar o país ao da mãe em relação à família. "Eu sempre disse que governar um país é como o papel de uma mãe. Não tem nada mais exemplar para governar um país, uma cidade ou um estado do que o comportamento de uma mãe, porque a mãe é a coisa mais solidária, sensível e humana para cuidar do coletivo da família", disse.
O ex-presidente também mirou o discurso no eleitorado mais carente. Disse que não quer construir uma "sociedade de pobres" e que "o povo pobre só é lembrado em época de eleição".
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Arma ou lei?
Em Novo Hamburgo (RS), ontem, o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, participou de um evento exclusivo para mulheres, público no qual enfrenta maior rejeição, segundo todas as pesquisas de intenção de voto. Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ele defendeu a flexibilização do porte de armas como uma das ações voltadas para as mulheres.
"Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vierem pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola?", perguntou, antes de emendar: "Ninguém aqui é contra Maria da Penha. Nosso governo foi o que mais prendeu machões".
Michelle é a principal aposta da campanha de Bolsonaro para se aproximar do eleitorado feminino. A primeira-dama fez um discurso político voltado para as evangélicas, em que defendeu que o mandato de seu marido é uma missão divina.
"Temos um presidente forte e corajoso que luta para que o Brasil não perca sua liberdade. Estamos vivendo uma guerra espiritual. Hoje é o momento de falar de política para continuar podendo falar de Jesus. Nós, mulheres, precisamos nos posicionar como cristãs", disse a primeira dama.
Às mulheres, Bolsonaro voltou a ofender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O presidente se referiu a Moraes — sem mencionar o nome dele — como "vagabundo" por causa da ação contra empresários que faziam parte de um grupo de WhatsApp no qual se defendia um hipotético golpe de Estado.
"Eu posso pegar meia dúzia aqui, bater um papo e falar o que bem entender. Não é porque tem um vagabundo ouvindo atrás da árvore a nossa conversa que vai querer roubar nossa liberdade. Agora, mais vagabundo do que esse que está ouvindo a conversa é quem dá a canetada após ouvir o que ouviu esse vagabundo", disse.
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