Pará

Esposa de indigenista assassinado pede justiça em ato com Lula e indígenas

A antropóloga Beatriz Matos também defendeu a continuidade do trabalho de Bruno Pereira com os povos isolados da região e entregou um documento com propostas ao ex-presidente Lula

Victor Correia
postado em 02/09/2022 13:10
 (crédito: Reprodução/Youtube @Lula)
(crédito: Reprodução/Youtube @Lula)

A antropóloga Beatriz Matos, viúva do indigenista Bruno Pereira — morto no Vale do Javari — discursou nesta sexta-feira (2/9) em ato com povos da Amazônia ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Belém, no Pará. Beatriz pediu justiça pelos assassinatos de Bruno e Dom Phillips, ocorridos em junho deste ano, e defendeu a continuidade do trabalho do indigenista em prol dos povos indígenas isolados.

"A maior homenagem ao Bruno, para nós da família, para os amigos, para todos que o amavam e o admiravam, seria primeiramente assegurar que seja feita justiça no caso dele e de Dom. Que todos os envolvidos, inclusive possíveis mandantes que, até o momento, não foram identificados, sejam responsabilizados e que as redes criminosas que foram responsáveis pelas mortes dele e do Dom sejam desmontadas", disse Beatriz. 

Lula participou hoje (2/9) de um ato com povos da floresta em Belém, no Pará. Estavam presentes representantes de comunidades que vivem na região amazônia, reitores e pesquisadores. Acompanharam o petista o ex-presidente da Funai durante do governo de Lula, Márcio Meira, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o senador Paulo Rocha (PT-PA), o coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT) e o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSol).

Direitos dos povos isolados

A antropóloga entregou ao petista um documento contendo propostas do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados (OBI), entidade fundada por Bruno Pereira. "O maior legado dele é garantir o direito dos povos indígenas isolados pelos quais ele deu a vida. Para isso, é preciso manter a política do não-contato, fortalecer a Funai, fortalecer as bases de proteção etnoambiental e demarcar as terras dos isolados", afirmou.

Beatriz Matos citou ainda a morte do indígena Tanaru, último sobrevivente de uma comunidade de etnia desconhecida e que vivia isolado há quase 30 anos. Ele foi encontrado morto pela Funai. "A política de isolados é essencial para prevenir novos genocídios como o que ocorreu na semana passada em Rondônia com a morte do Tanaru", disse Beatriz. "Um povo foi extinto e esse é o significado de genocídio. Foi contra isso que o Bruno lutou', completou.

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