O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a comentar nesta quinta-feira (1º/9) sobre a compra de imóveis em dinheiro vivo por ele e familiares. Em trecho de uma entrevista à Jovem Pan, o chefe do Executivo alegou que metade dos imóveis pertencem a um ex-cunhado. A íntegra da entrevista deve ir ao ar na próxima segunda (5/9).
“Por que fazem isso em cima da minha família? Metade dos imóveis é de um ex-cunhado meu. Que que eu tenho a ver com ex-cunhado? Não vejo esse cara há um tempão. E buscam uma maneira, 30 dias antes, um levantamento feito pela Folha, que não tem qualquer credibilidade, me acusar disso. Bota a minha mãe, que já faleceu, nesse rol também”, reclamou.
No entanto, a reportagem foi feita pelo Portal Uol, que apontou que quase metade do patrimônio em imóveis de Bolsonaro e de seus familiares mais próximos foi construída nas últimas três décadas com pagamentos em dinheiro em espécie. Entre os anos 1990 até os dias atuais, o presidente, irmãos e filhos negociaram 107 imóveis, dos quais pelo menos 51 foram adquiridos total ou parcialmente com uso de dinheiro vivo, segundo declaração dos próprios familiares entrevistados. As compras foram registradas nos cartórios com o modo de pagamento 'em moeda corrente nacional', expressão padronizada para repasses em espécie, totalizaram R$ 13,5 milhões.
Bolsonaro disse ainda que a matéria era uma maneira de “desgastar”, mas que não será bem sucedida, disse. “Vem pra cima de mim, vem pra cima de mim. E ponto final. Agora, é uma maneira de desgastar, não vão conseguir desgastar. Eles querem é eleger você sabe quem, não vão ter sucesso”, completou.
Em pronunciamento aos jornalistas, Bolsonaro afirmou que seus filhos e outros familiares sofrem “pancadas” desde 2019, ano em que assumiu o governo. “Desde que eu assumi, quatro anos de pancadas em cima do Flávio, do Carlos, do Renan, de familiares em cima do Vale do Ribeira. O que eu tenho a ver com eles?”, questionou.
De acordo com o levantamento patrimonial realizado pelo UOL, somente oito dos 51 imóveis pagos em dinheiro foram comprados por este braço da família. No último dia 30, o chefe do Executivo questionou "qual o problema" em comprar imóveis com dinheiro vivo.
"Qual é o problema de comprar com dinheiro vivo algum imóvel, eu não sei o que está escrito na matéria... Qual é o problema?", disse, após participar de uma sabatina da União Nacional do Comércio e dos Serviços (Unecs), em Brasília.
Na data ele também reclamou sobre a reportagem, mas alegou defender a liberdade de imprensa. “Fiquei sabendo que um órgão de imprensa está fazendo levantamento de meus imóveis desde 1990, juntamente com a minha família, desde 90. Inclusive, vi, eu não converso com essa pessoa que fez essa matéria, mas um conversou. A minha mãe que faleceu está no processo. Dona Olinda, com 94 anos de idade”.
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