A reunião entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Mores, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, nesta quarta-feira (31/8), incluiu técnicos da corte eleitoral e das Forças Armadas para discutir as eleições. Um dos presentes foi o coronel Marcelo Nogueira de Souza, que em julho afirmou durante audiência no Senado que não havia informações que comprovassem a segurança das urnas contra uma "ameaça interna".
"No que tange à vulnerabilidade interna, até o momento a gente não tem disponível documentação que nos leve a formar uma opinião conclusiva que a solução é segura em relação a uma ameaça interna", disse o coronel durante audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, realizada em 14 de julho. Na mesma fala, Nogueira de Souza reconheceu ainda haver um grande nível de proteção das urnas contra ameaças externas.
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Lacração dos sistemas
Durante a sessão, da qual participou também o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, o coronel afirmou que as urnas eletrônicas estão vulneráveis a "códigos maliciosos" que podem alterar seu funcionamento, e defendeu mudanças no procedimento de testagem dos equipamentos. Marcelo Nogueira de Souza também chefiou a equipe que inspecionou o código-fonte das urnas entre os dias 3 e 19 de agosto.
Até o momento, os militares não apresentaram relatório sobre a inspeção do código. Nesta sexta-feira (2/9) será realizada uma cerimônia pública para lacração dos sistemas, a partir da qual não será mais possível interferir com o sistema das urnas. Não há registros de fraudes nos equipamentos desde sua implantação, em 1996.
No encontro de hoje participaram também o general Rodrigo Vergara, o secretário de tecnologia do TSE, Júlio Valente, e o secretário geral do TSE, José Levi. A participação de técnicos das Forças Armadas foi sugerida pelo ministro da Defesa.