O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta sexta-feira (26/8) pastores "de má-fé" e disse que quer marcar um debate com evangélicos em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. A fala foi dada durante evento para apresentação do plano de governo do candidato Marcelo Freixo (PSB) para o Rio. Além disso, o petista defendeu as ações feitas pelo seu governo para os evangélicos.
"Eu não sou daqueles que misturam campanha política com religião. Eu acho que religião é uma coisa e política é outra. Mas nós precisamos esclarecer as pessoas de algumas coisas. As pessoas não sabem que quem criou a lei de liberdade religiosa foi o meu governo em 2003", discursou Lula.
Também participaram da apresentação o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o candidato do PT ao Senado André Ceciliano, entre outras lideranças dos partidos que compõem a chapa.
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O ex-presidente também citou as criações do Dia Nacional da Marcha para Jesus, do Dia do Evangélico e do Dia Nacional da Proclamação de Evangelho, todas ocorridas durante os governos do PT. "É preciso que a gente diga para os evangélicos, para as pessoas normais, o que alguns pastores não querem dizer. É preciso que a gente desmistifique essa crítica que determinadas pessoas de má fé, mentiras, tentando transformar a religião em partido político andam falando pelo Rio de Janeiro", afirmou o candidato.
O ex-presidente está na capital fluminense desde ontem (25), quando participou de sabatina realizada pelo Jornal Nacional, e não terá atos públicos. A próxima passagem do petista pelo estado está marcada para 8 de setembro, logo após os atos convocados por Jair Bolsonaro (PL) para o Dia da Independência. O petista disse ainda que quer marcar um encontro em São Gonçalo, no Rio, para realizar um "debate com os evangélicos".
As falas ocorrem após movimentação de pastores bolsonaristas, como Silas Malafaia, para espalhar notícias falsas sobre Lula entre os religiosos. Entre elas, a que o petista vai fechar as igrejas evangélicas caso seja eleito.
Investimento em indústria, mobilidade e nas comunidades
Antes da fala do ex-presidente, Freixo apresentou as linhas gerais de seu programa. "O Rio não pode ser um lugar que atrapalhe o crescimento e o desenvolvimento do Brasil. Ele tem que ser aliado do governo federal", disse. O candidato defendeu ainda que o programa de governo apresentado foi construído por pessoas de diversas áreas e experiências. "A gente conseguiu fazer uma aliança no Rio de Janeiro que nunca tinha sido feita na história do Rio, desse campo democrático e desse campo progressista", afirmou.
Um dos pontos do programa é a criação de empregos a partir das indústrias do petróleo e naval. Dirigindo-se a Lula, Freixo disse que "o Rio teve na indústria naval, durante o governo do senhor, um ponto muito alto de emprego. No ano de 2000 a indústria no Rio de Janeiro representava 20% do PIB. Hoje representa menos de 10". Para a indústria do petróleo, o candidato prevê uma reestruturação do sistema tributário do setor, concentrando os tributos na produção, agilizar os processos de licenciamento e revitalizar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, entre outras ações.
Já no setor de mobilidade, a prioridade será o transporte metropolitano, com revitalização da SuperVia que corta 11 municípios do estado. Para as comunidades, está previsto o programa Bairro Prosperidade para levar serviços públicos aos moradores, "que envolva esporte, envolva assistência, envolva política para as mulheres. Que atinja todas as famílias nos lugares de violência", disse Freixo.