O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (26/8) que é preciso "recuperar esse simbolismo das coisas boas do Rio de Janeiro", para que os brasileiros voltem a gostar do estado e não tenham medo da violência. O petista participou da apresentação do programa de governo de Marcelo Freixo (PSB) para o estado.
"Você quer falar de música, você fala do Rio de Janeiro. Você fala de cultura, você fala do Rio de Janeiro. E acho que a gente precisa recuperar esse simbolismo das coisas boas do Rio de Janeiro para que as pessoas voltem a gostar do Rio de Janeiro e não tenham medo de vir aqui porque o noticiário fala que tem violência", discursou Lula. Também participaram da apresentação o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o candidato do PT ao Senado André Ceciliano, entre outras lideranças dos partidos que compõem a chapa.
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O ex-presidente está na capital fluminense desde ontem (25), quando participou de sabatina realizada pelo Jornal Nacional. Lula também criticou a violência na região, e prometeu uma maior participação do governo federal caso seja eleito.
"Todas essas guerras acontecem não porque tem falta de polícia, ou excesso de polícia, mas acontecem porque não tem o Estado presente cumprindo com suas funções sociais. Se o Estado estivesse nas comunidades com saúde, com educação, com emprego, com coleta e tratamento de esgoto, com asfalto, luz elétrica, educação de tempo integral, com áreas de lazer, com centros de cultura [...] certamente, a polícia seria mais um instrumento do Estado dentro daquela comunidade. Não seria um instrumento que só aparece na hora que tem que atirar em alguém", afirmou o candidato. Lula disse ainda que o Rio é um estado prioritário para sua campanha, e que irá visitá-lo mais vezes.
Investimento em indústria, mobilidade e nas comunidades
Antes da fala do ex-presidente, Freixo apresentou as linhas gerais de seu programa. "O Rio não pode ser um lugar que atrapalhe o crescimento e o desenvolvimento do Brasil. Ele tem que ser aliado do governo federal", disse. O candidato defendeu ainda que o programa de governo apresentado foi construído por pessoas de diversas áreas e experiências. "A gente conseguiu fazer uma aliança no Rio de Janeiro que nunca tinha sido feita na história do Rio, desse campo democrático e desse campo progressista", afirmou.
Um dos pontos do programa é a criação de empregos a partir das indústrias do petróleo e naval. Dirigindo-se a Lula, Freixo disse que "o Rio teve na indústria naval, durante o governo do senhor, um ponto muito alto de emprego. No ano de 2000, a indústria no Rio de Janeiro representava 20% do PIB. Hoje representa menos de 10". Para a indústria do petróleo, o candidato prevê uma reestruturação do sistema tributário do setor, concentrando os tributos na produção, agilizar os processos de licenciamento e revitalizar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, entre outras ações.
Já no setor de mobilidade, a prioridade será o transporte metropolitano, com revitalização da SuperVia que corta 11 municípios do estado. Para as comunidades, está previsto o programa Bairro Prosperidade para levar serviços públicos aos moradores, "que envolva esporte, envolva assistência, envolva política para as mulheres. Que atinja todas as famílias nos lugares de violência", disse Freixo.