Ao defender seu projeto econômico para o país, caso seja eleito em outubro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou um dos lemas da campanha de 2022, e defendeu que o brasileiro precisa ter seu poder de compra reparado. "O povo tem que voltar a comer um churrasquinho, a comer uma picanha e tomar uma cervejinha", disse, durante a entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.
Lula afirmou que, aos 76 anos — mas "com energia de 30" — sua obsessão é voltar a governar o país. “Porque eu acho que é possível recuperar esse país, a economia voltar a crescer, a gerar emprego. A gerar melhoria nas condições de vida das pessoas, eu estou convencido disso, se eu não acreditasse nisso eu não voltava, eu preferia ficar em casa vivendo os louros de ser o melhor presidente da história do Brasil. Eu vou voltar pra provar que é possível fazer mais”, disse.
Ao ser questionado sobre as políticas econômicas adotadas durante o governo de Dilma Rousseff, sua sucessora, Lula teceu críticas ao que chamou de “equívocos”. “Eu acho que a Dilma cometeu equívoco na gasolina, ela sabe que eu penso isso. Eu acho que cometeram equívoco na hora que fizeram R$ 540 bilhões de desoneração e isenção fiscal de 2011 a 2040, e acho que quando ela tentou mudar ela tinha uma dupla dinâmica contra ela: o Eduardo na Câmara e o Aécio no Senado, que trabalharam o tempo inteiro para que ela não pudesse fazer nenhuma mudança”, argumentou.
Três palavras
Para garantir um bom governo, Lula disse que é necessário seguir uma tríplice — as três palavras mágicas, segundo ele: credibilidade, previsibilidade, estabilidade. “Você tem que garantir, primeiro, quando você falar, as pessoas acreditam no que você fala. Quando você fala na previsibilidade é porque ninguém pode ser pego de surpresa dormindo com mudanças no governo. E a estabilidade é para você convencer, o governo cumprindo com a sua tarefa, que os empresários privados do Brasil e os estrangeiros tenham condições e saibam que tem estabilidade para fazer investimentos”, explicou.
O Jornal Nacional, da TV Globo, promove, desde o início desta semana, uma série de sabatinas com os quatro principais candidatos ao Palácio do Planalto. Já foram entrevistados, até o momento, o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), e o candidato Ciro Gomes (PDT). Amanhã será a vez da senadora Simone Tebet, candidata pelo MDB. Todas as entrevistas terão duração de 40 minutos e serão realizadas pelos apresentadores do telejornal, William Bonner e Renata Vasconcellos.