O presidente Jair Bolsonaro (PL) aproveitou a live desta quinta-feira (25/8) para criticar a operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes que tiveram como alvo empresários bolsonaristas. O chefe do Executivo ainda cobrou "fundamentação" por parte do magistrado. Os mandados de busca foram emitidos após o grupo supostamente ter defendido, por meio de mensagens no WhatsApp, a realização de um golpe de Estado, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença Bolsonaro nas eleições presidenciais, em outubro.
"Pelo que tudo indica, até o momento, baseada numa matéria de jornal [do colunista Guilherme Amado], foi-se quebrado o sigilo de todos eles, oito empresários. Depois, foi feita a apreensão de celulares, bloqueio de bens. Ou seja, a gente espera aí que o ministro Alexandre de Moraes apresente a fundamentação dessa operação o mais rápido possível. Porque, agora, nós estamos vendo que a escalada contra a liberdade, aquilo que eu sempre tenho falado, tem se avolumado em cima desses empresários", apontou.
Bolsonaro disse ainda que conhece "muito bem" dois dos oito alvos da PF, com quem troca informações pelo "zap". "Destes oito, dois eu conheço muito bem, trocam informações no "zap" comigo e, realmente, eu quero entender o que está acontecendo, o que ninguém sabe. Fiz uma nota agora há pouco nas minhas mídias sociais falando exatamente do que está atingindo aí essa parte da sociedade, e que, no meu entender, não falta mais nada para que realmente possamos ter um problema grave no Brasil provocado por uma pessoa", disse, em referência a Moraes.
O presidente voltou a falar em liberdade de expressão, mas emendou que não entraria em muitos detalhes, porque "o pessoal está acompanhando o que está acontecendo".
"Aguardamos agora uma briga de gigantes, né? Bons advogados que desejam, têm direito a ter acesso ao processo. Afinal de contas, contas foram bloqueadas, telefones apreendidos, e o que eu sei desses empresários, como de outros que foram presos no Brasil, pessoas humildes, simples, não mereciam esse tipo de comportamento por parte de uma pessoa que deveria zelar pelo cumprimento da Constituição", continuou.
Bolsonaro relatou ainda ter conversado com vários empresários que se mostraram preocupados. "Estive em São Paulo há dois dias, conversando com vários empresários e com aqueles empresários que eu conversei, demonstraram preocupação com o que está acontecendo, que pode isso chegar também na suas vida pessoal."
"Não podemos viver nessa insegurança. Ou temos uma Constituição ou não temos. Ou se cumpre a Constituição ou não se cumpre", disse. "Nós precisamos é de garantia, de segurança, de paz, tranquilidade e de pessoas que respeitem a Constituição. Não é fazendo cartinha oportunista em época de campanha que o lobo vai virar cordeiro", disse em referência à Carta pela Democracia.
Por fim, voltou a chamar a população para participar do 7 de Setembro. Horas antes, o presidente participou da posse da ministra Maria Thereza de Assis Moura como a 20ª presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na ocasião, o ministro Og Fernandes também assumiu a vice-presidência da Corte.