As contas do Instagram e do Facebook do empresário Luciano Hang foram suspensas nesta terça-feira (23/8). Mais cedo, Hang e outros empresários apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) foram alvos de uma operação da Polícia Federal. Mandados de busca foram emitidos após eles defenderam a realização de um golpe de Estado, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais, em outubro.
O Instagram afirmou que o perfil de Hang foi suspenso após a plataforma receber “uma solicitação legal para restringir o conteúdo”. Ao pesquisar na rede social o nome do empresário, o perfil ainda aparece, mas, ao clicar, logo surge um aviso dizendo que o perfil está restrito. “Este perfil não está disponível na sua região”, avisa.
“Nós o analisamos (o perfil) em relação às nossas políticas e realizamos uma avaliação legal e de direitos humanos. Após a análise, restringimos o acesso ao conteúdo na localização em que ele vai contra a lei local", alega o Instagram. O Facebook ainda não se posicionou sobre a suspensão na conta do empresário.
O apoiador do presidente Jair Bolsonaro usou o Twitter para reclamar sobre o bloqueio do perfil e afirmou que estão “vivemos momentos sombrios, mas vamos vencer”.
Hang é co-fundador e proprietário da Havan, uma das maiores redes do setor varejista brasileiro. Tem 59 anos e nasceu em Brusque, no interior de Santa Catarina. Tem um patrimônio líquido de US$ 4,8 bilhões, o décimo maior do Brasil, de acordo com a Forbes.
Operação da PF
Sobre a operação da Polícia Federal, Luciano Hang, um dos alvos, disse ter sido surpreendido. Em nota à imprensa, o bolsonarista afirmou estar “tranquilo” e que nunca “falou de golpe''.
“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político, prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”, escreveu o empresário.
A operação cumpre decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os mandados foram cumpridos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
Além de Luciano Hang, os outros alvos são: Afrânio Barreira Filho, proprietário da rede Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; Meyer Nirgri, da Tecnisa; André Tissot, empresário do Grupo Serra; e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.
A investigação teve início após a coluna do jornalista Guilherme Amado divulgar conversas de um grupo de WhatsApp onde empresários, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), diziam que era preferível um golpe ao ex-presidente Lula (PT) ser eleito.
O dono da Havan afirma que participa de grupo de 250 empresários de diversas correntes e que cada um tem seu ponto de vista. "Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum, falei sobre Golpe ou sobre STF."
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