Golpe

Alvo da PF, Hang nega golpe e afirma estar 'ao lado da verdade'

Além de Luciano Hang, decisão do STF mira mais sete empresários bolsonaristas que defendem um golpe no país em um grupo de mensagens

Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de autorizar oito mandados de busca e apreensão contra empresários, nesta terça-feira (23/8), Luciano Hang, um dos alvos, disse ter sido surpreendido pela operação da Polícia Federal. Em nota à imprensa, o bolsonarista afirmou estar “tranquilo” e que nunca “falou de golpe''.

“Sigo tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político, prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”, escreveu o empresário.

decisão de Moraes abarca oito empresários que compartilharam mensagens com incentivos golpistas em um grupo de mensagens. Os mandados são cumpridos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

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Além de Luciano Hang, os outros alvos são: Afrânio Barreira Filho, proprietário da rede Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; Meyer Nirgri, da Tecnisa; André Tissot, empresário do Grupo Serra; e Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii.

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As conversas do grupo de WhatsApp foram reveladas pela coluna do jornalista Guilherme Amado, no site Metrópoles. Nelas, os empresários, que são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), diziam que era preferível um golpe ao ex-presidente Lula (PT) ser eleito.

Segundo a reportagem, houve ataques ao STF e ao sistema eleitoral brasileiro. Em uma das mensagens, o empresário Ivan Wrobel afirmou: “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Avenida Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”.

Ainda em nota, Hang diz que o colunista, “de forma leviana e sensacionalista, usou trechos desconexos de conversas e a tirou de contexto”.

“A fala de Luciano no grupo Empresários & Política foi a seguinte: 'Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos', disse, referindo-se aos políticos conhecidos e que estão há décadas no poder. A mensagem de Luciano foi uma resposta à fala do empresário Roberto Mota, que falava sobre eleições e não sobre poderes”, escreve o comunicado.

O dono da Havan afirma que participa de grupo de 250 empresários de diversas correntes e que cada um tem seu ponto de vista. "Que eu saiba, no Brasil, ainda não existe crime de pensamento e opinião. Em minhas mensagens em um grupo fechado de WhatsApp está claro que eu NUNCA, em momento algum, falei sobre Golpe ou sobre STF."