A candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, participou de um ato de campanha na zona norte de São Paulo neste sábado (20/8) com lideranças políticas dos partidos que a apoiam. A senadora defendeu o combate à miséria, a reforma da tabela SUS e a construção de um milhão de casas populares se eleita.
Durante o comício, ela também criticou o orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão que apontou a destinação de verbas do governo federal sem critérios técnicos ou mesmo vínculos com políticas públicas.
"Emprego, renda, educação, saúde, assistência, habitação, moradia. É disso que o Brasil precisa", falou Tebet. Dirigindo-se ao governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, prometeu destinar recursos para Estados e municípios fazerem obras. Disse que uma de suas metas é atrair investimento privado para construção de ferrovias, portos e aeroportos e a duplicação de rodovias.
Tebet também disse que vai zerar a fila escolar para crianças de 3 a 5 anos. "Dinheiro tem, só que está indo para a corrupção do orçamento secreto", disse.
Na área saúde, pretende revisar gradativamente os valores de referência pagos por serviços médicos-hospitalares prestados pelos estabelecimentos conveniados à rede pública de saúde - a tabela SUS. Nessa hora, aproveitou para elogiar Edson Aparecido, ex-secretário da Saúde e responsável pela campanha de vacinação de São Paulo. Ele utilizou sua experiência em gestão na área para defender sua candidatura e citou o fato de o hospital A. C. Camargo quase ter encerrado os atendimentos pela rede pública - o que não ocorreu graças a um acordo com o Estado.
A candidata prometeu "proteção intransigente" do meio ambiente, mas disse que não vai "exagerar na fiscalização de quem produz e trabalha". "Estarei do lado de quem produz e coloca comida no nosso prato: o agronegócio. Mas serei intransigente com quem desmata a Amazônia."
A senadora e candidata a vice Mara Gabrilli (PSDB) não compareceu, mas enviou um vídeo. O fato de a chapa ser composta por duas mulheres recebeu destaque no evento. Um dos slogans da campanha é "Elas sim, eles não", em referência aos demais candidatos homens. "Não darei um passo atrás depois de tanta luta. Eu represento 53% da população brasileira que são as mulheres", disse Tebet.
Favoritismo de Lula e Bolsonaro
O evento foi chamado de "A grande arrancada" pela campanha, o que resume o desafio de ultrapassar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT) em popularidade. Os dois aparecem em primeiro lugar nas principais pesquisa eleitorais de intenção de voto. Presidente do Cidadania, Roberto Freire rebateu o resultado dos levantamentos eleitorais no palco e falou que "pesquisa não ganha eleição".
Os políticos que discursaram insistiram na avaliação de que Bolsonaro e Lula trabalham para polarizar o País e manter a disputa eleitoral entre eles. Tebet, que aparece atualmente em quarto lugar nas pesquisas, lembra que Lula e Bolsonaro são também os mais rejeitados pelo eleitorado. "Somos a única chapa capaz de trazer estabilidade e segurança jurídica para o País", disse.
Também discursaram os presidentes partidários Bruno Araújo (PSDB), Baleia Rossi (MDB), e Renata Abreu (Podemos), além do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Ele elogiou o trabalho de seu ex-secretário Aparecido no enfrentamento da pandemia.