O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (16/8) que o desfile militar no Rio de Janeiro foi descartado e que os desfiles da Independência estarão concentrados em Brasília. No entanto, apontou que haverá um palanque na capital fluminense, com grandes manifestações e possibilidade de uma motociata.
“Teremos um ato cívico. É impossível a tropa desfilar. Não haverá desfile da tropa dia 7 no Rio de Janeiro. Será tudo concentrado em Brasília. [No Rio] Terão palanques, teremos lá um movimento da Marinha na praia, nossa Força Aérea com a Esquadrilha da Fumaça. A artilharia nossa atirando, a banda de fuzileiros navais. E estão organizando uma grande motociata do Aterro do Flamengo passando ali por Copacabana e Leblon”, relatou em entrevista na saída do aeroporto de Juiz de Fora (MG), onde lançou campanha à reeleição.
“[O desfile] Não vai ter, porque como a previsão é de muita gente na praia teríamos dificuldades para a tropa se organizar para o desfile. Haverá um palanque, é um movimento cívico. Não pretendo fazer uso da palavra lá. Nós vamos comemorar a nossa independência, 200 anos, mais 200 de liberdade para o bem de vocês de imprensa, que vocês sabem que vocês estão ameaçados de controle da mídia. O cara fala o tempo todo em controlar a mídia. Comigo é exatamente o contrário. Comigo, mesmo me criticando, vocês continuarão empregados, tá ok?”, concluiu.
Apelando ao simbolismo da cidade onde afirma ter “renascido”, o presidente escolheu dar o pontapé na campanha de reeleição à Presidência da República no "exato local" onde levou a facada no período pré-campanha em 2018, em Juiz de Fora (MG), no calçadão que fica na esquina entre as ruas Halfeld e Batista de Oliveira, no centro.
Bolsonaro desembarcou no Aeroclube, onde teve um encontro fechado com comunidades evangélicas. Depois, cumprimentou apoiadores e seguiu em motociata pela cidade até o local da facada, por volta das 11h, onde subiu em um trio elétrico e discursou lembrando a facada. “Estamos dando a largada onde tentaram nos parar em 2018”, afirmou.
Mais tarde, em discurso em cima de um carro de som, o chefe do Executivo voltou a chamar a população para o 7 de Setembro: "Nós respiramos liberdade. Nós não vivemos sem liberdade. E podem ter certeza, no próximo dia 7 de setembro vamos todos às ruas pela última vez... Comemorar, em um primeiro momento, a nossa independência. E, em um segundo momento, a garantia da nossa liberdade."
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Ajuda do povo e de Deus
Ele também atacou o PT e acenou a Minas Gerais, que chamou de “locomotiva de qualquer campanha eleitoral”. Em sua fala, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pediu que “o povo não entregue a nação nas mãos de inimigos”, orou um Pai-Nosso e disse que, com ajuda do povo e de Deus, “o Brasil vai sair vitorioso”. Ela foi ovacionada e aplaudida por apoiadores.
O vice, Braga Netto, defendeu o conservadorismo e falou sobre o papel de vice: “Ficar quieto e não atrapalhar”. O general da reserva ainda lembrou a facada em Bolsonaro. “É onde eu nasci, onde o presidente renasceu”, comentou.
Posse de Alexandre de Moraes
Ao final do evento, o chefe do Executivo retornou a Brasília. Hoje à noite, às 19h, Bolsonaro comparecerá à posse dos ministros Alexandre de Moraes e Ricardo Lewandowski — que vão assumir, respectivamente, a presidência e a vice-presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ocasião promete encontros belicosos.
Confirmaram presença no evento os candidatos à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu principal desafeto político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que surge na liderança das pesquisas de intenção de voto, além de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
Os ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), também confirmados, se encontrarão pela primeira vez após o processo de impeachment de Dilma em 2016. No último dia 22, os dois protagonizaram uma “torta de climão". A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) rebateu Temer, que a classificou como "honestíssima" e negou que haja tido um golpe. A petista, por sua vez, afirmou que "a história não perdoa a prática da traição", e que Temer "não engana mais ninguém".
Outros nomes confirmados na posse são os dos ex-chefes do Executivo federal, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), José Sarney (MDB) e Fernando Collor (PTB).