Uma das formas de financiar projetos de renda básica e melhorias em outros setores do Brasil é taxar super-ricos, afirma Ciro Gomes (PDT). O candidato à Presidência da República disse que o país conta com um desequilíbrio nas cobranças de impostos, que favorece aqueles com maior rendimento. A declaração foi feita no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (15/8).
“Deixa eu te dar um número: em São Paulo, o IPTU que vocês pagam por mês equivale ao que o Brasil rural, da fazenda e do agro — negócio mais rentável do planeta Terra — paga por ano”, declarou o candidato.
O pedetista lembrou do período em que foi ministro da Fazenda, entre 1994 e 1995, no governo Itamar Franco, no qual passou a cobrar alíquota de 35% sobre super-salários e disse que esse seria o caminho para garantir receita para outros programas, como aumentar a cobrança de impostos sobre pessoas jurídicas.
“Combater a pejotização que é uma forma de evasão fiscal absolutamente criminosa no mundo inteiro e que no Brasil é legal. O futebolista ganha R$ 1,5 milhão, o artista ganha R$ 1,5 milhão na pessoa jurídica e paga 15% e a classe média trabalhadora paga 27,5%”, afirmou.
“Eu sei fazer tudo isso. Uma tributação sobre lucros e dividendos só o Brasil, a Estônia e a Colômbia não cobram. Percebe? O Brasil virou um paraíso fiscal dos super-ricos”, acrescentou o candidato.
Os herdeiros também entram na mira de Ciro Gomes se for eleito. “Impostos sobre as grandes heranças, acima de 5, 6, 7 milhões de reais no mundo inteiro pagam entre 40 a 60% (de impostos). No Brasil é 4%, no Ceará é 8%. Eu quero fazer com o Brasil só aquilo que as melhores práticas internacionais fazem e as melhores literaturas sobre o assunto falam”, declarou.
Ciro é o segundo entrevistado de uma série de entrevistas promovida pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, com os quatro pré-candidatos com maior intenção de votos registrados pela pesquisa Datafolha de 28 de julho. Simone Tebet (MDB) foi a primeira a enfrentar a sabatina, em 8 de agosto.