ELEIÇÕES 2022

Ciro Gomes promete programa de renda mínima 'com status constitucional'

O candidato afirma que irá propor, como plano de governo, a instituição de um programa de renda mínima com o nome de Eduardo Suplicy, que torna constitucional as transferências de valores para os mais pobres

O candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes, criticou um possível uso da manutenção do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda de R$ 600, como promessa para garantir uma vitória nas urnas em outubro deste ano. A declaração foi feita no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (15/8).

Questionado se iria manter o direito social, ele afirmou que há um uso do auxílio como forma de “humilhar o povo”. “Eu vou acabar com a molecagem política, que eu conheço de verdade de perto, de humilhar o nosso povo à véspera de cada eleição, ou ameaçando fazer ou fazendo o dobro”, pontuou.

“O que revela os limites de uma política social compensatória, que no caso brasileiro foi introduzida como se fosse de esquerda, e todo mundo deveria saber que é uma política neoliberal”, acrescentou.

Ciro afirma que irá propor, como plano de governo, a instituição de um programa de renda mínima com o nome de Eduardo Suplicy, que torna constitucional as transferências de renda. “Todas as transferências de renda (incluindo o Auxílio Brasil) vão ser consolidadas nesse programa com status constitucional”, disse.

De acordo com o presidenciável, o programa teria parcelas de, em média, R$ 1 mil para as pessoas abaixo da linha de pobreza — e não apenas para a extrema linha de pobreza. “Isso está muito detalhadamente estudado”, garante Ciro.

Para financiar o programa, Ciro aponta uma série de programas e alvos para arrecadar valores. “Eu tenho um conjunto de fontes: o auxílio-brasil, antigo bolsa família; o BPC (benefício de prestação continuada); e uma fração do seguro desemprego para quem ficar no seguro-desemprego com renda menor do que a linha da pobreza”, detalha.

Além disso, o programa prevê uma fonte a partir de um tributo sobre grandes fortunas, que Ciro pretende instaurar. “Tributo de 0,5% a 1,5% sobre os patrimônios superiores a 20 milhões de reais e atinjo 60 mil contribuintes”, conta.

Ciro é o segundo entrevistado de uma série de entrevistas promovida pelo programa Roda Viva, da TV Cultura, com os quatro pré-candidatos com maior intenção de votos registrados pela pesquisa Datafolha de 28 de julho. Simone Tebet (MDB) foi a primeira a enfrentar a sabatina, em 8 de agosto.

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