Os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a governador de São Paulo Fernando Haddad, ambos pelo PT, participaram da aula inaugural do segundo semestre da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), nesta segunda-feira (15/8). Hadadd, que é professor na instituição, estava acompanhado ainda da filósofa Marilena Chauí e das professoras Erminia Maricato e Adriana Alves.
O evento aconteceu no vão livre do prédio dos cursos de história e geografia, sob forte esquema de segurança. Todos os participantes passaram por detectores de metal. O primeiro evento de campanha, previsto para esta terça-feira (16), foi cancelado, por pedido da segurança da Polícia Federal. A agenda previa uma visita à fábrica de motores geradores MWM, na zona sul de São Paulo.
Quase às 20h Lula começou a falar. Dirigindo-se aos estudantes, recordou casos da sua campanha ao Governo de São Paulo, em 1982, ano em que chegou apenas ao quarto lugar na disputa. Reclamou de não poder falar de eleições em função do estatuto da universidade e da lei eleitoral, mesmo com "toda a mídia só falando sobre isso'.
Criticou também a legislação eleitoral, que criou um fundo de campanha que, segundo ele, só poderá ser usado quando as eleições estiverem acabando. Para o candidato, a lei foi feita no intuito de manter os mandatos daqueles que já têm cargos.
Ao comentar a demora de 24 anos desde a sua última visita à universidade, afirmou que algo estava errado, pois teria sido o presidente que mais visitou universidades.
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Críticas ao governo atual
Sem fazer referência ao presidente Jair Bolsonaro, afirmou que esperava a mobilização dos estudantes e da sociedade, pois “o Brasil que pode surgir depois do processo eleitoral pode ser pior que o país que temos hoje”. Afirmou que o povo terá que escolher entre um país que cria livros didáticos ou um que apresenta propagandas de armas o dia todo.
Seu discurso manteve a tônica de relacionar o seu período de presidência (2003-2010) ao governo atual, e, constantemente, de forma emotiva, apontava questões relacionadas à população mais pobre.
Pediu para ser convidado mais vezes para visitar a USP, e sugeriu realizar um debate com o presidente Jair Bolsonaro (PL) no local, mas afirmou que o oponente provavelmente não iria pois "não gosta de universidades".