Em resposta ao pedido de posicionamento enviado pelo Correio acerca do levantamento divulgado na quinta-feira pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), o Ministério da Defesa informou, em nota, que os “totais dos valores individuais, mencionados nas matérias, apresentam incorreções, pois somaram informações simultâneas de contracheque e de Ordem Bancária lançadas no Portal da Transparência”, explicaram os militares.
Além disso, o órgão detalhou que os valores divulgados “referem-se à remuneração mensal e a indenizações pontuais e a atrasados. Essas indenizações são relativas ao recebimento de férias não usufruídas ao longo da carreira, ou a outros direitos, que são calculados na ocasião da passagem dos militares para a reserva”, diz a nota.
O levantamento realizado pelo deputado apontou que militares da ativa, inativos e pensionistas receberam, no ano de 2020, pagamento de supersalários na forma de remunerações extraordinárias — alguns chegando a ser superiores a R$ 1 milhão.
O grupo das Forças Armadas inclui aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), como o candidato a vice na chapa de reeleição e ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto; o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; e o atual ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
O Ministério da Defesa ainda ressaltou, na nota, que “as Forças Armadas cumprem, rigorosamente, a legislação que rege o pagamento de seus militares e servidores civis. Os valores são lançados no Portal da Transparência e são submetidos à fiscalização dos órgãos de controle”.
Devido aos valores revelados, o deputado Elias Vaz também apresentou na quinta (11/8) um requerimento ao ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pedindo explicações sobre os pagamentos.
No requerimento, o parlamentar pede o detalhamento dos pagamentos extraordinários, feitos em quatro frentes: remuneração básica bruta, férias, outras remunerações eventuais e verbas indenizatórias registradas no sistema de pessoal militar. As parcelas foram pagas de duas formas ao longo de 2020: pagamentos integrais em um único mês ou divididos em duas ou três parcelas.