O YouTube retirou do ar, ontem, a transmissão do presidente Jair Bolsonaro (PL) na qual ele atacou as urnas eletrônicas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e desacreditou o processo eleitoral brasileiro para representantes diplomáticos acreditados no país. O vídeo foi feito em 18 de julho, no Palácio da Alvorada.
A medida está amparada na decisão do YouTube de não deixar no ar falsas acusações sobre as eleições de 2018 e também de postagens que questionem o resultado das eleições de 2014 — cuja vitória de Dilma Rousseff foi questionada pelo adversário de então, o hoje deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), sem que nenhuma ilicitude fosse constatada pelo TSE.
"A política de integridade eleitoral do YouTube proíbe conteúdo com informações falsas sobre fraude generalizada, erros ou problemas técnicos que supostamente tenham alterado o resultado de eleições anteriores, após os resultados já terem sido oficialmente confirmados. Essa diretriz agora também se aplica às eleições presidenciais brasileiras de 2014, além do pleito de 2018", justificou a rede, por meio de nota.
A plataforma também tirou do ar vídeos que questionavam as circunstâncias da facada sofrida por Bolsonaro na pré-campanha em 2018, em Juiz de Fora (MG). Por duas vezes em investigações, a Polícia Federal (PF) concluiu que Adélio Bispo, preso no mesmo dia, agiu sozinho no crime e que ele tem problemas mentais.
"Nossa política de discurso de ódio proíbe conteúdo que negue, banalize ou minimize eventos históricos violentos, incluindo o esfaqueamento de Jair Bolsonaro. O discurso de ódio não é permitido no YouTube, e removeremos material sobre o esfaqueamento de Jair Bolsonaro que viole esta política se não fornecer contexto educacional, documental, científico ou artístico no vídeo ou áudio", salientou o YouTube. Desde o início do voto eletrônico no Brasil, adotado a partir de 1996, nenhum caso de fraude foi identificado e comprovado.
Na mesma data da reunião com embaixadores, a plataforma removeu uma live, feita em julho de 2021, na qual Bolsonaro fazia acusações sem provas contra a segurança das urnas eletrônicas.