A equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) se encontrou com o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker de Araraquara, para pedir a opinião dele sobre a segurança das urnas eletrônicas, afirmou o advogado Ariovaldo Moreira nesta quarta-feira (10/8).
Em 2019, Delgatti chegou a ser preso por acessar contas de aplicativos de mensagens do Telegram de autoridades responsáveis pela Operação Lava Jato, como o ex-juiz Sergio Moro. A divulgação das informações colhidas pelo hacker deu origem à "Vaza Jato".
Na terça-feira (9/8), Delgatti se encontrou com o presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, de acordo com o advogado. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também esteve com o hacker. Fontes apontam que a deputada levou o homem para se encontrar com o presidente da República.
Zambelli nega o encontro, mas confirma que esteve com o Delgatti.
Vaza Jato
Walter Delgatti Neto foi apontado, em 2019, como líder de uma organização criminosa responsável por crimes cibernéticos bancários realizados desde 2017.
Outras cinco pessoas foram presas suspeitas de fazerem parte do esquema. Ao ter acesso de pessoas relacionadas à Lava Jato, o hacker buscou o jornalista Gleen Greenwald para divulgar conversas entre juízes e promotores. Ele assumiu ter invadido as conversas e negou ter recebido dinheiro para isso.
Em suas redes sociais, antes do caso Vaza Jato vir à tona, o hacker fazia publicações elogiando a investigação que apurava os esquemas de corrupção envolvendo políticos e a Petrobras.
"Eu era fã. Mas, assim que entendi a manipulação deles, me senti enganado. Vi que a Lava Jato era mais política do que jurídica", afirmou Delgatti em entrevista à Veja.
Após um ano e três meses preso preventivamente, o hacker, apelidado de Vermelho, teve habeas corpus concedido em setembro de 2020.