O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar, nesta quarta-feira (10/8), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo o candidato à reeleição, ele não perderá o pleito para narrativas e completou que os magistrados “se acham deuses”.
“Sou o chefe da Nação e não vou chegar a 2023 ou 2024 e falar ‘o que eu não fiz lá atrás para o Brasil chegar nesta situação’. Que isso custe a minha vida! Nós somos a maioria. Nós somos pessoas de bem. Nós, de verdade, trabalhamos. Vamos perder para narrativas? Para três ou quatro aí que assumiram o cargo e se acham deuses?”, questionou, durante Encontro Nacional do Agro, em Brasília.
Em outro trecho, Bolsonaro disse que “não seremos cordeiros de dois ou três” e imitou a fala de ministros. “Nós não somos cordeiros, não queremos ser lobos também. Mas jamais seremos cordeiros de dois ou três. Vamos dizer que a nossa liberdade é sagrada e ela não tem limites. Não tem esse papinho de fake news."Ele fez fake news". [imita] Ah, vá para a p… ponta da praia, pô. O problema do Brasil é fake news agora?”, completou.
Em tom de campanha e acenando eleitoralmente, Bolsonaro pediu que ‘não deixassem passar a oportunidade de agir’. Isso porque, como costuma lembrar, o presidente eleito em outubro poderá indicar outros dois nomes ao Supremo. E indiretamente, voltou a dizer que dois ou três ministros “não tiveram qualquer mérito para chegar onde chegaram”.
“Não se omitam, se exponham, falem. A nossa geração não pode ser lembrada lá na frente como a geração que teve a chance de fazer e não fez, se acomodou, se acovardou. ‘Só duas ou três pessoas’ que não tiveram qualquer mérito para chegar onde chegaram.”
“Nós queremos pegar o trenzinho de Cuba, Venezuela, da nossa querida Venezuela, do nosso Chile, da Colômbia? Esse trenzinho vermelho não é o nosso trem. O nosso trem é verde e amarelo”, continuou.
Novamente, o chefe do Executivo criticou o sistema eleitoral. “Temos que ver o que está errado em nossa vizinhança e não embarcar nessa mesma linha. O jogo de poder é bruto. Fazem tudo para que seu status quo não seja alterado. Nós temos mais que o dever, o direito de aperfeiçoar as instituições, de desconfiar, debater”.
“Nós queremos transparência, queremos a verdade, queremos terminar umas eleições sem quaisquer desconfianças, seja qual for o lado. Queremos o bem do nosso Brasil, continuarmos sendo livres”, alegou.
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Carta pela democracia
Bolsonaro voltou a chamar o documento pela democracia que será lido amanhã de “cartinha”. “Onde se esperava prender um deputado, desmonetizar páginas de pessoas que pensam de maneira diferente, fazer com que jornalistas fujam do Brasil, não aceitar sugestões que eles pediram, que convidaram. Queremos a certeza que o voto de cada um de vocês, uma vez apertada o botão naquela maquininha, vá realmente para aquela pessoa. Isso é democracia. Vimos agora há pouco uma cartinha em defesa da democracia. Olha, quem assinou a carta, o último que assinou é um cara que vive de amores e beijos, ou vivia, porque alguns já morreram, como por exemplo Fidel Castro, Chávez, Maduro, Hugo, Kirchner, Evo Morales, entre outros. Em época de campanha o pessoal vira bonzinho?”, disse em referência a Lula, que assinou o manifesto na última segunda-feira (8).
Vice “amigável”
Bolsonaro também disse que seu vice de chapa na campanha à reeleição, Braga Netto, “sabe conversar de forma amigável com toda a sociedade”.
“Tem excelentes pessoas que poderiam ocupar a vaga de vice. Mas escolhi um general do Exército, que esteve à frente da intervenção no Rio de Janeiro, foi depois chefe da Casa Civil. Foi ministro da Defesa, colaborou enormemente em nosso plano de governo. Sabe conversar de forma amigável com toda a sociedade. Que me orgulha de ter ao nosso lado uma função de reserva meu. Se bem que eu espero não passar o bastão para ele, mas, se tiver que passar, vocês sabem que estarão em boas mãos. Assim como estariam em boas mãos se tivesse nas mãos da Tereza Cristina, que foi cogitada a vice também”, concluiu sob aplausos.
Em claro apoio a Bolsonaro, o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou que não se pode permitir o "retorno de candidato que foi processado e preso como ladrão". "Os senhores sinalizaram bem claro que não tem mais espaço neste país para uma equipe corrupta e incompetente. E muito menos o retorno de candidato que foi processado e preso como ladrão", afirmou, sendo aplaudido.