O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou nesta terça-feira (9/8) se a população "aceitará pacificamente" o fim do pacote de bondades lançado neste mês pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). O candidato classificou a medida como eleitoreira e, em encontro com empresários, defendeu que pegará um Brasil "pior que em 2003" caso seja eleito.
"[Isso] Me preocupa porque, quando terminarem esses benefícios, depois de três meses, há de se perguntar se o povo aceitará pacificamente a retirada de um benefício que está recebendo por causa das eleições", afirmou Lula.
O ex-presidente participou hoje de um debate na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Também estiveram presentes seu vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), e o coordenador do programa de governo Aloizio Mercadante (PT). O debate foi mediado pelo presidente da Federação, Josué Gomes da Silva.
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"O hit da parada é lula com chuchu"
"Resolvemos compor uma chapa na perspectiva de consertar esse país", disse Lula. O candidato também afirmou que, se for eleito, pegará um Brasil "um pouco pior" do que quando foi eleito pela primeira vez. "[Temos] A falta de credibilidade internacional, e essa falta de credibilidade é um dos entraves que nós temos para fazer com que o Brasil possa, nesse conflito entre Estados Unidos e China, ser uma referência".
Alckmin é a aposta da campanha para dialogar com setores resistentes a Lula e ao PT, como os empresários. À época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a Fiesp declarou apoio formal ao processo.
"O presidente Lula é um homem reconhecido no mundo inteiro e vai recolocar o Brasil na economia mundial", disse Alckmin no início do debate. O ex-governador destacou em sua fala as medidas dos governos de Lula e Dilma no setor econômico, citando média de 4% ao ano de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período. "O hit das paradas é lula com chuchu, um sucesso absoluto", finalizou.