ELEIÇÕES 2022

PT pressiona PSB em troca de apoio a Freixo no RJ

O apoio do PT a Freixo deve ser mantido. Isso porque, ontem, uma ala que defendia o rompimento voltou atrás e sinalizou que é melhor manter, oficialmente, o apoio ao candidato do PSB

PT e PSB têm que resolver ainda hoje a crise entre os dois partidos no Rio de Janeiro por causa da disputa da vaga ao Senado. A executiva nacional petista se reuniu, ontem, para bater o martelo sobre o pedido de rompimento com a candidatura de Marcelo Freixo ao Palácio Guanabara, apresentado pelo diretório fluminense na terça-feira. Porém, os dirigentes adiaram a decisão para o último dia da janela das convenções partidárias.

O apoio do PT a Freixo deve ser mantido. Isso porque, ontem, uma ala que defendia o rompimento voltou atrás e sinalizou que é melhor manter, oficialmente, o apoio ao candidato do PSB. O vice-presidente nacional da legenda, o ex-prefeito de Maricá (RJ) Washington Quaquá, retirou o recurso que havia apresentado à executiva defendendo o rompimento.

"As últimas divergências ocorridas em relação ao acordo feito e descumprido pelo PSB não podem prejudicar o principal. Por isso encaminho à direção nacional do PT a retirada de meu recurso e solicito que seja dada a orientação para a militância que, mesmo tendo dado o apoio formal do PT à chapa do PSB, busque ampliar ao máximo o palanque do presidente Lula no estado", diz o documento assinado por Quaquá.

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Pressão

O PT, porém, não deixou de pressionar o PSB. O conflito ocorre por causa da disputa entre os dois partidos pela candidatura ao Senado: os petistas defendem André Ceciliano, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), enquanto o PSB apoia o deputado federal Alessandro Molon. A movimentação do PT para romper a aliança ocorre porque acusam Molon de ignorar um acordo feito, no final do ano passado, para sair do páreo — o parlamentar nega ter participado de qualquer arranjo.

Em nota assinada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral do partido, deputado federal José Guimarães (CE), o partido reforçou a pressão para que Molon desista do Senado. "Reafirmamos a nossa disposição de construir um grande palanque no estado do Rio de Janeiro, com Marcelo Freixo governador e André Ceciliano senador", diz o documento. "Esperamos que na sexta-feira, prazo final para a realização de convenções partidárias, a direção do PSB confirme o cumprimento do acordo político em torno dessa unidade."

A direção nacional dos socialistas, por sua vez, decidiu na quarta-feira estrangular a candidatura de Molon para que ele desista do projeto e, assim, resolver o impasse. Caso mantenha a disposição de concorrer ao Senado, o deputado federal não terá acesso aos recursos do Fundo Eleitoral para a sua campanha.

Parte considerável da legenda quer manter o acerto com o PT e conseguiu aprovar a sanção contra Molon, na expectativa que ele desista. O deputado é apoiado por outra ala dos socialistas, especialmente pelo presidente nacional da sigla, Carlos Siqueira, que votou contra o estrangulamento da campanha. Nos bastidores, corre que o PT está ameaçando retirar o apoio também a Danilo Cabral (PSB), em Pernambuco, caso a situação no Rio não seja resolvida.