Em seu primeiro pronunciamento no Plenário do Senado Federal após o recesso, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu as urnas eletrônicas, o processo eleitoral e o Estado democrático de direito. O parlamentar pediu “pacificação de ânimos” e civilidade durante o período eleitoral.
“Na qualidade de Chefe de Poder, no começo deste segundo semestre de 2022, faço um apelo a todos os cidadãos, a todos os segmentos da sociedade e a todas as autoridades públicas no sentido da pacificação de ânimos, no sentido do cultivo da razoabilidade e da civilidade. Nossas instituições são fortes; mas somente permanecerão a sê-lo se continuarem a contar com a adesão convicta do corpo de cidadãos a cujo bem-estar são destinados.”
O discurso de Pacheco sucedeu mais uma declaração do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, contra a democracia. O presidente da República disse que não assinaria carta pró-democracia e a favor do sistema eleitoral de iniciativa da Federação da Indústria dos Estado de São Paulo (Fiesp) e de outras instituições como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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O chefe do poder Legislativo brasileiro vem marcando posição em defesa da democracia e do Poder Judiciário na maioria das vezes que Bolsonaro sobe o tom contra as eleições. Ele ainda destacou, hoje, a importância das urnas eletrônicas para evitar “vícios eleitorais” que eram frequentes na época do voto em papel.
“As urnas eletrônicas têm sido motivo de orgulho nacional e trouxeram, nestes 26 anos de uso no Brasil, transparência, confiabilidade e velocidade na apuração do resultado das eleições. Elas têm-se constituído em ferramenta poderosa contra vícios eleitorais muito frequentes na época do voto em papel. Representam, portanto, um verdadeiro aperfeiçoamento institucional”, disse.
“Como tenho repetido em minhas falas nesta Casa e fora dela, eu tenho plena confiança no processo eleitoral brasileiro, na Justiça Eleitoral e nas urnas eletrônicas, por meio das quais temos apurado os votos desde 1996. Sei que essa posição é amplamente majoritária tanto no Senado quanto no Congresso Nacional”, complementou.
Rodrigo Pacheco ainda defendeu a Justiça Eleitoral e os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, respectivamente atual e próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) são alvos constantes de Bolsonaro e aliados.
“Nesse sentido, gostaria de reconhecer o bom trabalho que vem sendo realizado na presidência do Tribunal Superior Eleitoral pelo ministro Edson Fachin, bem como expressar minha certeza de que tal trabalho exitoso terá continuidade na gestão do ministro Alexandre de Moraes, que assume, no próximo dia 16 de agosto, a presidência da Corte Eleitoral, responsável pela condução das eleições”, disse.