O diretório estadual do PT no Rio de Janeiro aprovou na terça-feira (2/8) uma resolução para retirar o apoio do partido à candidatura do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) ao governo carioca. A decisão foi motivada pela manutenção da candidatura do também deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) ao Senado Federal.
“Nos últimos meses, um debate dividiu a coligação de apoio à pré-candidatura de Marcelo Freixo ao governo, foi a insistência do deputado Molon, com apoio de parte da direção nacional do PSB, em manter a sua candidatura divisionista ao Senado”, disse o partido em nota.
PT e PSB discordavam em relação à candidatura da chapa ao Senado. Os petistas apoiam o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, enquanto o PSB decidiu por manter a indicação de Molon. Ceciliano recebeu o apoio, inclusive, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa a Presidência da República.
Candidatura “divisionista”
O PT classifica a candidatura de Molon como “divisionista” e denuncia ataques sofridos por Ceciliano nas redes sociais. Enquanto o partido defende que houve quebra de acordo firmado no final do ano passado, que previa a desistência do pessebista, Molon afirma que nunca houve tal acerto.
“Fomos surpreendidos pela defesa do presidente nacional do PSB da manutenção da candidatura divisionista e aventureira de Molon”, diz ainda a nota emitida pelo PT. “Nesse cenário, infelizmente, não é mais possível manter o apoio a candidatura Freixo ao governo do estado”, completa.
A decisão ainda tem que passar pelo crivo da diretoria nacional do PT. “Fomos um dos primeiros partidos a declarar apoio a Marcelo Freixo, e construímos com muito empenho e dedicação sua pré-candidatura”, afirmou nas redes sociais o presidente do PT no Rio de Janeiro, João Maurício de Freitas. “Infelizmente, o que vimos foi uma posição egoísta, divisionista e isolada do Deputado Federal Alessandro Molon, que está rompendo a maior aliança da esquerda do estado do Rio de Janeiro nos últimos 30 anos”.
Segundo a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), Marcelo Freixo “entende a decisão da direção estadual do PT e cobra que Molon cumpra o acordo firmado”.
A decisão petista, porém, gerou críticas por parte de aliados. Para a deputada federal Talíria Petrone (PSol-RJ), “exigir a retirada do candidato que, em sucessivas pesquisas, é o mais bem posicionado para derrotar o candidato do bolsonarismo, Romário, escapa a lógica. As ruas dizem que o melhor para a esquerda fluminense hoje é seguir com Freixo e Molon”.