A saída de Luciano Bivar da corrida presidencial é um gesto pela própria sobrevivência política. Esse movimento puro e simples de abrir mão da candidatura não faz "cócegas" no cenário.
A perspectiva de levar o União Brasil a fechar com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não passou de um sonho por parte dos petistas, pois há muita resistência interna. Integrantes do partido classificam essa possibilidade como uma "maldade".
O União é resultado da fusão do PSL com o DEM, que encolheu ao longo dos governos do PT. O PSL, por sua vez, cresceu no rastro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o discurso anti-PT.
Por mais que a eleição de 2022 seja atípica, outras virão, e não é possível que o partido com o maior tempo de tevê e um fundo quase bilionário deixe de se apresentar ao eleitor. Aliás, esse era o objetivo da candidatura presidencial de Bivar.
Outros nomes são cogitados para empunhar a bandeira do União na disputa pelo Planalto. A senadora Soraya Thronickle (MS) nada tem a perder, pois conta com mais quatro anos de mandato. Mas há quem defenda alguém mais tradicional da política, como o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, para reforçar o discurso do partido e a manutenção do viés de centro-direita.
Se a ideia de lançar a candidatura prevalecer, e, a depender do escolhido, a saída de Bivar, que o PT via como uma ajuda a Lula, pode ser um baque nos planos de vitória petista no primeiro turno.