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Inquérito que investiga Bolsonaro por relacionar vacina e Aids é prorrogado

Alexandre de Moraes atendeu pedido da PF para aguardar mais informações para apuração. Corporação mantém o pedido para agendar oitiva com o presidente

Tainá Andrade
postado em 31/08/2022 23:41
 (crédito:  Fellipe Sampaio /SCO/STF)
(crédito: Fellipe Sampaio /SCO/STF)

O inquérito que investiga a associação que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez entre a vacina contra covid-19 e a Aids foi prorrogado por mais 60 dias pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A justificativa foi de que era preciso mais prazo para apuração de informações.

“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, nos termos solicitados pela Polícia Federal e encampados pela Procuradoria-Geral da República, PRORROGO por mais 60 (sessenta) dias o presente inquérito”, decretou.

Bolsonaro é investigado desde o dia 3 de dezembro de 2021, quando em uma live pelo Facebook e Youtube, disse que estudos “sugerem” - sem detalhar o suposto levantamento - que vacinados “estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”. Ele atribuiu a informação à revista Exame.

A decisão de Moraes se baseou em informações da Polícia Federal de que aguardam “envio da cópia de documentos produzidos durante a última permanência dos autos”.

Eles são: envio de informações do Google sobre o número de visualizações da live, petição do tenente-coronel do Exército Brasileiro, Mauro Cesar Barbosa, para disponibilizar o material utilizado como fonte no pronunciamento presidencial e o depoimento de Maria Farani Rofrigues, que trabalha diretamente com o presidente, em seu gabinete pessoal, com a organização do material que pode ser apresentado na programação virtual.

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo, seguiu o parecer do ministro. “Cumpre destacar que as diligências supradescritas são relevantes para subsidiar a análise e deliberação pela Procuradoria-Geral da República, visto que proporcionarão melhor detalhamento sobre o cenário fático e suas circunstâncias, notadamente com as razões e eventuais novos elementos de prova a serem apresentados pelo Presidente da República”, escreveu na decisão.

PF

Em relatório parcial, enviado a Moraes no dia 17 de agosto, a PF considerou “haver indícios” de que o presidente cometeu um crime. A entidade policial aponta também que o desestímulo do uso de máscara contra a covid, feito por Bolsonaro na live, se enquadrada como incitacao ao crime.

Outro destaque foi a contravenção, infração de menor gravidade, por, “provocar alarma a terceiros, anunciando perigo inexistente”.

A PF segue com o pedido para a convocação de Bolsonaro para uma oitiva, que poderá ser feita de forma oral ou por escrito.

 

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