Eleições 2022

Randolfe e empresários bolsonaristas repercutem pedido autorizado por Moraes

Atendendo a pedido de Randolfe Rodrigues, ministro do STF autorizou a quebra do sigilo bancário do grupo dos empresários alvo de operação da PF por defesa de golpe de Estado

Victor Correia
postado em 31/08/2022 18:31 / atualizado em 31/08/2022 18:31
 (crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
(crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes atendeu a pedido do líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para a quebra do sigilo bancário e telemático dos empresários alvo de operação da Polícia Federal após troca de mensagens em que o grupo defendia um golpe de Estado caso Jair Bolsonaro (PL) perca as eleições.

Após a repercussão, alguns dos empresários e o próprio Randolfe se manifestaram nesta quarta-feira (31/8) sobre o caso. Foram alvo da operação, deflagrada na terça passada (23), os empresários: Luciano Hang (Havan), José Isaac Peres (rede de shopings Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Luiz André Tissot (Grupo Sierra), Meyer Nigri (Tecnica), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Barreira (Coco Bambu).

"Incompreensão"

Sobre o pedido de Randolfe, Ivan Wrobel declarou, à CNN, "incompreensão de um senador da República fazendo um pedido ao Supremo Tribunal Federal para que se investigue e bloqueie contas bancárias de um cidadão que não tem prerrogativa de foro, não tem qualquer envolvimento partidário e portanto não deveria ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal".

Já Afrânio Barreira, do grupo Coco Bambu, afirmou ao veículo que "nosso compromisso será com a verdade e transparência. Não temos envolvimento com nenhum movimento anti-democrático, nunca fui abordado e nunca abordei ninguém com relação a assuntos anti-democráticos com quem quer que seja".

Segundo documentos obtidos pelo jornal Estado de São Paulo, a Polícia Federal pediu apenas a apreensão de celulares e quebra do sigilo das mensagens dos empresários. Na representação, o delegado Fábio Alvarez Shor citou suspeita de "atividade irregular de patrocínio" no financiamento de "atos patrióticos" pelos empresários, mas não pediu a quebra do sigilo bancário. 

O senador, por sua vez, também se manifestou hoje em suas redes sociais. "Se trata de denunciar aqueles que articuladamente conspiram contra o estado democrático de direito não somente com troca de mensagens em grupos de WhatsApp mas, além disso, financiando atos democráticos como esses que estão sendo programados para a próxima semana", disse Randolfe, referindo-se aos atos convocados por Bolsonaro para o 7 de setembro.

 

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