ELEIÇÕES 2022

Ipec: Após sabatina e benefícios, Lula segue com 44% e Bolsonaro com 32%

A nova pesquisa não mostrou variação na intenção de votos do presidente, mesmo após o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, dos benefícios para taxistas e caminhoneiros, e da queda no preço da gasolina e diesel. Lula também não teve alteração

Talita de Souza
postado em 29/08/2022 21:33 / atualizado em 29/08/2022 21:51
Lula e Bolsonaro seguem isolados na liderança das intenções de voto para presidente, segundo pesquisa IPEC divulgada nesta segunda-feira (29/8). -  (crédito: Ricardo Stuckert/PT e Miguel Schincariol/ AFP)
Lula e Bolsonaro seguem isolados na liderança das intenções de voto para presidente, segundo pesquisa IPEC divulgada nesta segunda-feira (29/8). - (crédito: Ricardo Stuckert/PT e Miguel Schincariol/ AFP)

A segunda pesquisa eleitoral do Ipec, publicada nesta segunda-feira (29/8), mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiram conquistar novos eleitores para a disputa pela cadeira de chefe do Executivo em outubro deste ano. O petista manteve os 44% e lidera a corrida; já o mandatário continua com 32% —  os mesmos números da última pesquisa, divulgada no dia 15 de agosto.  

O resultado, no entanto, pode mostrar uma fidelidade dos apoiadores dos candidatos. Por outro lado, os concorrentes que ocupam o terceiro e quarto lugar na pesquisa de 15 de agosto continuam no posto, mas registraram crescimento dentro da margem de erro: Ciro Gomes (PDT) cresceu para 7% — antes tinha 6% — e Simone Tebet (MDB) registrou 3% da preferência dos entrevistados, antes tinha 2%. 

Com o resultado, a emedebista está tecnicamente empatada com Ciro devido a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os dois foram, de acordo com especialistas, foram os candidatos que se saíram melhor nas sabatinas e no debate presidencial que ocorreu no domingo (28/8), na Band — no entanto, a pesquisa foi realizada antes da exibição do debate. 

  • Brazilian former President (2003-2010) and presidential candidate for the leftist Workers Party (PT) Luiz Inacio Lula da Silva drinks some water during the presidential debate ahead of the October 2 general election, at Bandeirantes television network in Sao Paulo, Brazil, on August 28, 2022. - Brazil's President Jair Bolsonaro faces his biggest rival for the presidency, popular leftist Luiz Inacio Lula da Silva, after days of uncertainty over whether they would participate. The debate is the first in the campaign calendar and organizers have also invited four other candidates, including former finance minister Ciro Gomes and Senator Simone Tebet. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption AFP
  • Brazilian President and re-election candidate Jair Bolsonaro (PL) gestures during the presidential debate ahead of the October 2 general election, at Bandeirantes television network in Sao Paulo, Brazil, on August 28, 2022. - Brazil's President Jair Bolsonaro faces his biggest rival for the presidency, popular leftist Luiz Inacio Lula da Silva, after days of uncertainty over whether they would participate. The debate is the first in the campaign calendar and organizers have also invited four other candidates, including former finance minister Ciro Gomes and Senator Simone Tebet. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption AFP
  • Brazilian presidential candidate Ciro Gomes (PDT) speaks during the presidential debate ahead of the October 2 general election at Bandeirantes television network in Sao Paulo, Brazil, on August 28, 2022. - Brazil's President Jair Bolsonaro faces his biggest rival for the presidency, popular leftist Luiz Inacio Lula da Silva, after days of uncertainty over whether they would participate. The debate is the first in the campaign calendar and organizers have also invited four other candidates, including former finance minister Ciro Gomes and Senator Simone Tebet. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption Miguel SCHINCARIOL/AFP
  • Brazilian presidential candidate Simone Tebet (MDB) speaks during the presidential debate ahead of the October 2 general election at Bandeirantes television network in Sao Paulo, Brazil, on August 28, 2022. - Brazil's President Jair Bolsonaro faces his biggest rival for the presidency, popular leftist Luiz Inacio Lula da Silva, after days of uncertainty over whether they would participate. The debate is the first in the campaign calendar and organizers have also invited four other candidates, including former finance minister Ciro Gomes and Senator Simone Tebet. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption Miguel SCHINCARIOL/AFP
  • Brazilian presidential candidate Luiz Felipe D'Avila (Novo) speaks during the presidential debate ahead of the October 2 general election at Bandeirantes television network in Sao Paulo, Brazil, on August 28, 2022. - Brazil's President Jair Bolsonaro faces his biggest rival for the presidency, popular leftist Luiz Inacio Lula da Silva, after days of uncertainty over whether they would participate. The debate is the first in the campaign calendar and organizers have also invited four other candidates, including former finance minister Ciro Gomes and Senator Simone Tebet. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption AFP
  • Brazilian presidential candidate Soraya Thronicke (Uniao) speaks during the presidential debate ahead of the October 2 general election at Bandeirantes television network in Sao Paulo, Brazil, on August 28, 2022. - Brazil's President Jair Bolsonaro faces his biggest rival for the presidency, popular leftist Luiz Inacio Lula da Silva, after days of uncertainty over whether they would participate. The debate is the first in the campaign calendar and organizers have also invited four other candidates, including former finance minister Ciro Gomes and Senator Simone Tebet. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) Caption Miguel SCHINCARIOL/AFP

O mesmo ocorre com Felipe D'Avila (Novo), que não pontuou na primeira pesquisa do Ipec, mas registrou, agora, 1% das intenções de voto e empata tecnicamente com Tebet. Vera (PSTU) tinha 1% na pesquisa passada, e não pontuou agora.  

Os postulantes Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (UB) também não alcançaram 1%. Brancos e nulos representam 7% e entrevistados que afirmam não saber em quem votar marcaram 6%. Antes, o primeiro grupo era composto por 8% dos entrevistados e o segundo, por 7%.

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista vence o presidente por 50% dos votos, ante 37% do adversário. O número, no entanto, é menor do que o registrado na última pesquisa, quando o ex-presidente registrou 51% da preferência dos entrevistados. Bolsonaro, por sua vez, saiu de 35% da intenção de voto e subiu para 37%. As duas variações, no entanto, estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

A pesquisa encomendada pela TV Globo foi realizada com 2 mil eleitores entre sexta-feira (26/8) e domingo (28/8). A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais e para menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo número BR-01979/2022.

Primeira pesquisa após horário eleitoral e sabatinas do JN

O levantamento compreendeu os primeiros dias de horário eleitoral gratuito na TV e no rádio, período iniciado na sexta-feira (26/8), e as sabatinas de Lula, Bolsonaro, Ciro e Tebet no Jornal Nacional, entre segunda e sexta-feira (22 a 26/8). 

Tanto Lula quanto Bolsonaro, que lideram com folga a corrida à Presidência, saíram, na última semana, de um lugar de conforto e participaram da entrevista promovida pelo Jornal Nacional e do debate presidencial.

Para Lula, o saldo foi positivo na sabatina do Jornal Nacional: assumiu corrupção na Petrobras durante o governo dele, fez críticas ao governo Dilma, passo importante para opositores que usam a gestão da primeira presidenta do país como motivo para o Partido dos Trabalhadores (PT) não voltar ao poder, e conversou com a população ao afirmar, por vezes, que queria “cuidar do povo”.

Já no debate, o ex-presidente apareceu sem destaque, pouco atacou o adversário direto pelas pesquisas, Bolsonaro, mas especialistas afirmam que essa poderia ser uma estratégia para não perder popularidade.

Bolsonaro, no entanto, não conseguiu ampliar a popularidade para fora da bolha dos apoiadores. De acordo com a Qaest, a participação no telejornal não causou tantas reações de internautas quanto dos apoiadores.

Já no debate da Band, o ataque do presidente à jornalista Vera Magalhães ganhou destaque e fez disparar as pesquisas sobre misoginia. O episódio afeta a confiança de uma parte do eleitorado que é um dos calcanhares de Aquiles do chefe do Executivo: as mulheres que estão aptas a votar em outubro.

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