A única coisa que presta, pejorativamente falando, é claro, nestes “debates” eleitorais, é a trocação de ofensas entre os pilantras — sim, pilantras, pois candidato é um categoria rara na praça — velhos de guerra da pilantragem política nacional.
Ciro Gomes, o coroné das promessas impossíveis, chuta a canela do Lula, o meliante de São Bernardo, e leva na fuça um tirambaço de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, pois todos, como costumo dizer, são laranjas podres do mesmo cesto.
No debate de ontem, na Band, o chefão petista tentou afagar o ego do cearense cabra macho e recebeu, em troca, um “você tava preso”. Sensacional, hehe. Lula foi puxar-lhe o saco e Ciro não caiu na sedução, dando na medalhinha, sem dó nem piedade.
Já o patriarca do clã das rachadinhas resolveu tretar com a mulherada, coitado, e levou chumbo do grosso, sendo chamado do que é e do que não é, recebendo, também do Cirão da Massa, o devido “você corrompeu todas as suas ex-mulheres”. Bang!
Lula foi outro que apanhou feito cachorro sarnento sem dono: apanhou da Soraya, menos de Simone, muito de Felipe, Bolsonaro e Ciro, e quando tentou reagir, talvez pela idade, talvez pela incapacidade de negar o óbvio, saiu-se muito mal. Foi salvo pelo gongo.
O fato é que estes três politiqueiros profissionais, pilantras históricos da política nacional, cada um com seus inúmeros enroscos criminais, possuem mais telhados de vidro do que estufas de rosas colombianas. Juntos, acumulam mais processos que o Marcola.
Simone Tebet, Soraya e D’ávilla, por sua vez, ao menos escapam das fichas corridas, e ainda assim não despertam o interesse dos eleitores, que preferem “rouba, mas faz”, ou “rouba e não faz”, ou ainda, “rouba, rouba, rouba e, se faz ou não faz, tanto faz”.
O certo é que, entre mortos e feridos, salvaram-se todos (picaretas e não-picaretas). Por isso, qual a graça em ser honesto? O ponto alto da noite foi a tamancada que Soraya deu no “mito”. Disse a senadora: “você é tigrão com as mulheres e tchutchuca com os homens”.
Bingo! Bolsonaro se mete a besta com jornalistas como Vera Magalhães e Patrícia Campos Mello, com parlamentares como Simone Tebet e Maria do Rosário, mas mia mansinho, mansinho com o ministro Alexandre de Moraes e o eterno candidato Ciro Gomes.
Ao que parece, o devoto da cloroquina, sempre que diante do “ão” — Cirão, Xandão, Centrão — assume sua verdadeira identidade, ou vocação, de tchutchuquinha: ”Tchutchuca. Vem aqui pro seu Tigrão. Vou te dar muita pressão. Tchutchucaaa… (Bonde do Tigrão).
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