Eleições

Em debate, Lula fica na defensiva e relembra governos do PT

Até o último sábado (27/8), a presença do petista no evento era incerta. Uma vez que o comitê eleitoral do PT condicionou a ida do ex-presidente à participação do seu opositor, Jair Bolsonaro (PL).

Sandy Mendes
postado em 29/08/2022 01:17
No debate promovido pela Band, Lula resistiu às investidas de Bolsonaro sobre corrupção.  -  (crédito:  Miguel SCHINCARIOL/AFP)
No debate promovido pela Band, Lula resistiu às investidas de Bolsonaro sobre corrupção. - (crédito: Miguel SCHINCARIOL/AFP)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, no domingo (28/8), do primeiro debate entre os candidatos à Presidência na Band. O petista, que assume a liderança de todas as pesquisas de intenção de voto, evitou um confronto direto e focou em relembrar seu legado no comando país.

Até sábado, a presença do petista no evento era incerta. Uma vez que o comitê eleitoral do PT condicionou a ida do ex-presidente à participação do seu opositor, Jair Bolsonaro (PL).

No debate promovido pela Band, Lula resistiu às investidas de Bolsonaro sobre corrupção. O presidente questionou o rival sobre o desvio de dinheiro na Petrobras e o acusou de ter sido o governo mais corrupto da história.

Lula retrucou falando sobre os investimentos em programas sociais e na educação. "Meu governo é marcado pela maior política de inclusão social, de geração de emprego, de investimento na educação, de investimento no agronegócio. Era no meu governo o menor desmatamento da Amazônia. O país que eu deixei é um que o povo tem saudade, é o do emprego", rebateu.

O ex-presidente fez menção também ao número de empregados formais no Brasil e acusou Bolsonaro de “mentir” sobre dados.

"Esse país, que tem 20 milhões de empregos com carteira assinada, é um país que o atual presidente está destruindo. Está destruindo porque ele adora bravata. Adora dizer números que não existem e adora achar que o povo que está aí ouvindo acredita no que ele fala. Portanto, o país que eu deixei é um país que o povo tem saudade. É o país do emprego, é o país em que o povo tinha o direito de viver dignamente de cabeça erguida", rebateu Lula.

Em um outro momento, os rivais voltaram a se enfrentar: Auxílio Brasil X Bolsa família. A organização do debate fez um questionamento sobre o Auxílio Brasil no valor de R$ 600. O atual presidente foi questionado se o governo manteria o teto de gastos para continuar com o valor de R$ 600, que, por lei, só está garantido até o fim do ano.

"Nós vamos manter esse valor a partir do ano que vem. Logicamente, esse auxílio se aproxima do mínimo necessário para a pessoa sobreviver. Sair da linha da pobreza de forma mais concreta. De onde retirar dinheiro? Tenho acertado com a equipe econômica e conversado", respondeu Bolsonaro.

Lula, em comentário à resposta do presidente, afirmou que a informação de manter o valor do auxílio em R$ 600 não consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhada ao Congresso Nacional. “Ou seja, significa que existe uma mentira no ar", disse.

O tema do Auxílio Brasil tem sido alvo de críticas por parte de Lula. Em agendas oficiais, o petista classifica o benefício, que tem duração até o final do ano, como “eleitoreiro”.

O principal foco do candidato do PT foi relembrar os triunfos dos seus governos passados. Provocado pela também candidata Soraya Thronicke (União Brasil), que afirmou que o "mundo lindo" citado por Lula só existe na campanha eleitoral, o ex-presidente respondeu: "A senhora não viu melhora. Mas seu motorista e sua empregada doméstica viram".

O petista garantiu que “os pobres desse país vão voltar a ser respeitados”.

O ex-presidente compareceu ao evento acompanhado da sua esposa, Rosângela Silva, mais conhecida como Janja e seu candidato à vice, Geraldo Alckmin.

A TV Bandeirantes exibiu, neste domingo (28/8), o primeiro debate entre candidatos à Presidência da República. Organizado em parceria com a Uol, Folha de S. Paulo e TV Cultura, o debate recebe os candidatos Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).

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