Eleições 2022

"Em um decreto só eu vou apagar todos os seus sigilos", diz Lula a Bolsonaro

O ex-presidente recebeu direito de resposta após ser chamado por Bolsonaro de ex-presidiário

Sandy Mendes
postado em 29/08/2022 00:08
 (crédito: Miguel SCHINCARIOL / AFP)
(crédito: Miguel SCHINCARIOL / AFP)

Em debate eleitoral, o ex-presidente Lula (PT) acusou o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), de praticar corrupção no combate à pandemia. O petista questionou a candidata Simone Tebet (MDB), que esteve presente na CPI da Covid, sobre as interpretações dela sobre a comissão. 

Durante as considerações finais, Lula teve o pedido de direito de resposta aceito, por ter sido chamado de ex-presidiário por Bolsonaro, e atacou o presidente. "Estou aqui candidato para ganhar as eleições e em um decreto só eu vou apagar todos seus sigilos porque eu quero descobrir o que você tanto....", disse o ex-presidente, que teve o áudio interrompido pelo término do tempo de resposta. 

Confira o momento:

Segundo a Lei de Acesso a Informação, o sigilo pode ser imposto quando a divulgação dos dados viola a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem de uma pessoa.

Atualmente, Bolsonaro acumula cerca de seis pedidos de sigilo de cem anos,prazo máximo estabelecido na lei. Entre eles encontra-se o seu cartão de vacina, os dados dos crachás de acesso dos seus filhos Carlos Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro easreuniões entre o presidente e pastoresenvolvidos em um suposto esquema de corrupçãono Ministério da Educação.

CPI da Covid

Para Tebet, Lula perguntou se "houve corrupção no processo de tratamento da covid" e "negligência do governo no cuidado da vacina". Tebet, que ganhou reconhecimento pela participação no colegiado, disse que Bolsonaro "negou vacina, atrasou 45 dias, muitas pessoas poderiam estar entre nós e não estão por culpa da insensibilidade de um governo que não coloca vacina no braço do povo brasileiro”.

“Eu confirmo que houve corrupção. Houve tentativa de comprar vacinas superfaturadas”, afirmou a candidata sobre o caso Covaxim.

O caso foi apontado pelo deputado federal Luis Claudio Fernandes Miranda (DEM-DF) e o irmão Luis Ricardo Fernandes Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, um suposto esquema de fraude na negociação para a compra de 20 milhões de doses do imunizante Covaxin.

O esquema, segundo os irmãos Miranda, envolveu o Ministério da Saúde e a empresa brasileira Precisa Medicamentos, que seria a responsável pela venda da vacina no Brasil, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.

Debate da Band

A TV Bandeirantes exibe, neste domingo (28/8), o primeiro debate entre candidatos à Presidência da República. Organizado em parceria com a Uol, Folha de S. Paulo e TV Cultura, o debate recebe os candidatos Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (UB), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).


 

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