Eleições 2022

Lula no JN: veja 5 frases polêmicas do petista que podem ser questionadas

O ex-presidente participa na noite desta quinta-feira (25/8) de sabatina no Jornal Nacional, e deve lidar com questionamentos sobre casos de corrupção e medidas impopulares que defende

Victor Correia
postado em 25/08/2022 08:00
Participação do petista terá 40 minutos de duração e começa às 20h30 desta quinta-feira (25/8).  -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Participação do petista terá 40 minutos de duração e começa às 20h30 desta quinta-feira (25/8). - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta quinta-feira (25/8), de sabatina realizada pelo Jornal Nacional. A entrevista terá 40 minutos de duração e será conduzida pelos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. O petista, porém, terá que evitar temas controversos e cometer novas gafes que possam prejudicar sua imagem com os eleitores indecisos e fornecer munição aos opositores. Ele também poderá ser questionado, na entrevista, sobre as frases mais controversas da campanha até o momento. Confira abaixo quais são:

 

1. "Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar"

A declaração mais recente de Lula que teve forte repercussão negativa ocorreu durante comício no último sábado (20/8). Ao falar sobre a Lei Maria da Penha, o ex-presidente afirmou que "Mão de homem não foi feita para bater em mulher. Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, mas não dentro da sua casa ou no Brasil, porque nós não podemos aceitar mais isso”.

A frase foi criticada como sendo machista. A senadora Simone Tebet (MDB), que também concorre ao Planalto, classificou a fala como "lamentável" e disse que Lula "pela segunda vez nesta campanha, deixa aflorar o seu machismo". A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa do petista e afirmou que  frase foi "mal colocada", citando ações do governo Lula que beneficiaram as mulheres, como a criação do Ministério da Mulher.

2. "Não sou candidato de uma facção religiosa"

Em meio à tentativa de crescer dentro do meio evangélico, Lula soltou outra frase que foi mal recebida. Em entrevista a uma rádio de Minas Gerais, o candidato disse: "Eu não sou candidato de uma facção religiosa. Eu sou candidato do povo brasileiro. Eu quero tratar o evangélico igual ao católico, islâmico, judaicos. Quero tratar todas as religiões, inclusive a religião de matriz africana, com o respeito que todas as religiões devem ser tratadas. Não quero uma guerra santa no país".

Lula vem criticando as ofensivas de Bolsonaro para impedir que o petista conquiste votos dos evangélicos. Aliados do atual presidente foram rápidos ao se aproveitar do deslize. O pastor Silas Malafaia, por exemplo, gravou um vídeo detonando Lula. "Vai lavar sua boca! Vocês é que são uma facção", disse o pastor.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL) respondeu que "facção é você e seu Partido das Trevas. Respeite os evangélicos!".

3. "Bolsonaro não gosta de gente, gosta de policial"

Em abril, durante discurso em São Paulo, o ex-presidente soltou outra gafe. "Hoje temos um presidente que não derramou uma lágrima pelas vítimas da covid ou com a catástrofe que houve em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Ele não tem sentimento. Ele não gosta de gente, ele gosta de policial. Ele não gosta de livros, ele gosta de armas", disse Lula.

Citado diretamente na frase, Bolsonaro afirmou pelo  Twitter que "enquanto uns acham que policial não é gente e que tem que soltar jovens ladrões, traficantes e latrocidas, nós sempre defendemos o cidadão de bem". Já Ciro Gomes (PDT), que também concorre ao Planalto, afirmou que o petista "apertou o acelerador na corrida para superar Bolsonaro em asnice". 

No dia seguinte a declaração, Lula iniciou discurso em um ato com centrais sindicais pedindo desculpas pelo comentário. “Quando eu estava fazendo discurso, eu queria dizer que Bolsonaro só gosta de milícia, não gosta de gente, e eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de gente. Quero aproveitar para pedir desculpas aos policiais deste país, porque muitas vezes eles cometem erros, mas muitas vezes salvam muita gente do povo trabalhador. E temos que tratá-los como trabalhadores desse país”, disse o ex-presidente.

  • Brazilian presidential candidate for the leftist Workers Party (PT) and former President (2003-2010), Luiz Inacio Lula da Silva, gestures during the Socialist Party convention in Brasilia, on July 29, 2022. (Photo by EVARISTO SA / AFP) Caption Evaristo Sa / AFP)
  • Luiz Inácio Lula da Silva no lançamento de sua campanha para as próximas eleições nacionais em outubro em um comício em uma fábrica de automóveis Volkswagen em São Bernardo do Campo, São Paulo, Brasil, em 16 de agosto de 2022 Miguel SCHINCARIOL / AFP
  • No TSE, PL apresenta sete ações contra Lula Ricardo Stuckert/PT
  • 28/07/2022 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF - Luiz Inácio Lula da Silva, candidato a presidente do Brasil em 2022, discursa na 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na Universidade de Brasília nesta quinta-feira (28/7) Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

4. Aborto "deveria ser transformado em uma questão de saúde pública e todo mundo ter direito"

Uma mais maiores repercussões que Lula teve após uma gafe foi ao discursar sobre a questão do aborto, considerada extremamente sensível no contexto eleitoral. Em discurso, o petista disse que mulheres brasileiras morrem tentando abortar clandestinamente, e que o tema deveria ser tratado como uma "questão de saúde pública e todo mundo ter direito e não ter vergonha". 

Embora a posição seja corroborada por estudos e especialistas em saúde pública, uma frase do tipo é considerada uma bomba eleitoral, e vem sendo usada com exaustão por Bolsonaro. A repercussão foi tamanha que, dois dias depois, Lula teve que se retratar e dizer que é pessoalmente contra o aborto.

5. "Mapear o endereço de cada deputado" e "incomodar a tranquilidade deles"

Outra frase que teve grande repercussão, especialmente entre parlamentares apoiadores de Bolsonaro, foi feita por Lula durante discurso a trabalhadores e movimentos sindicais. O ex-presidente criticou as manifestações feitas em frente ao Congresso, afirmando que elas têm pouco efeito. 

"Se a gente, ao invés de tentar alugar um ônibus, gastar uma fortuna para vir para Brasília, que às vezes não resulta em nada, se a gente pegasse, mapeasse o endereço de cada deputado e fosse 50 pessoas para a casa desse deputado... Não é para xingar não, é para conversar com ele, conversar com a mulher dele, conversar com o filho dele, incomodar a tranquilidade dele. Eu acho que surte muito mais efeito do que a gente vir fazer manifestação em Brasília”, disse Lula.

Após a fala, parlamentares bolsonaristas chegaram a fazer vídeos armados e ameaçando o ex-presidente. Um deles chegou a ser cassado pelas ameaças, o deputado estadual do Paraná Coronel Lee (DC).

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