Durante participação no Congresso Aço Brasil 2022, em São Paulo, nesta terça-feira (23/8), o presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou as urnas eletrônicas. "Só tem uma coisa que é infraudável no Brasil, pessoal sabe o que é", apontou. Em participação ontem (22/8) no Jornal Nacional, Bolsonaro emendou dizendo que haverá eleições “limpas e transparentes”, mas que “precisou provocar para que se chegasse a este ponto”. “Podem ter certeza de que terão eleições limpas e transparentes no corrente ano”, afirmou.
O chefe do Executivo foi questionado se respeitará o resultado das urnas eletrônicas em outubro e levantou pontos antes de dar uma confirmação dúbia. O jornalista William Bonner perguntou ao presidente se ele gostaria de aproveitar a ocasião em rede nacional para "assumir compromisso eloquente de que respeitará o resultado das urnas, seja qual for".
O chefe do Executivo rebateu de modo indireto. "Seja qual for, eleições limpas e transparentes tem que ser respeitadas". O jornalista fez nova intervenção, destacando que as eleições "são limpas, transparentes", que as urnas são auditáveis e o questionou novamente sobre respeitar o resultado. E o presidente inicialmente desconversou, mas assumiu o compromisso.
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"Serão respeitados os dados das urnas desde que as eleições sejam limpas e transparentes. Como você diz que eleições são auditáveis e em 2014 não aconteceu isso? Mas tudo bem. Vamos botar um ponto final nisso? Está resolvido. Ponto final. Vamos para outra pergunta, outro assunto. Vamos respeitar o resultado das urnas", pontuou, após insistência.
Bolsonaro tem feito inúmeros ataques ao sistema eleitoral. Em julho, o presidente se reuniu com cerca de 40 embaixadores de vários países no Palácio da Alvorada. À plateia, o chefe do Executivo se valeu de um Power Point para reiterar suspeitas já desmentidas desde 2020 às urnas eletrônicas e criticar ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Supremo Tribunal Federal (STF).
Ainda durante a sabatina de ontem, alegou que tem sido “perseguido" e disse que a relação com o TSE e STF está "pacificada". “Quem vem sendo perseguido o tempo todo por um ministro do Supremo sou eu”. “Hoje em dia, pelo que tudo indica, está pacificado, espero que seja uma página virada”, disse. “Até você deve ter visto, por ocasião da posse de Moraes, um contato amistoso lá, e, pelo que tudo indica, está pacificado e quem vai decidir essa questão de transparência ou não, serão em parte as Forças Armadas que foram convidadas a participar da comissão das eleições."
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