ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro chama sabatina no JN de "inquisição da Globo"

A declaração ocorreu durante abertura do Congresso Aço Brasil 2022, em São Paulo. Ontem, o presidente Bolsonaro foi entrevistado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos por 40 minutos

Ingrid Soares
postado em 23/08/2022 14:00 / atualizado em 23/08/2022 14:04
 (crédito: Reprodução / Redes Sociais)
(crédito: Reprodução / Redes Sociais)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta terça-feira (23/8) da cerimônia de abertura do Congresso Aço Brasil 2022, em São Paulo. O chefe do Executivo aproveitou para ironizar a sabatina da qual participou ontem à noite no Jornal Nacional. Ao falar sobre a redução de normas no campo, o presidente chamou a entrevista de “inquisição da Globo”.

“Não pode abusar da fiscalização. O homem do campo não pode ficar com medo do fiscal. É como ontem na inquisição da Globo”, disse, levando a plateia aos risos.

“Falou para não queimar. A lei diz que se puder retirar o material, ele não pode ser queimado, se o material chegou lá de helicóptero, a gente não vai gastar um helicóptero para retirar, então taca fogo. Mas em quase a totalidade, o material pode ser retirado e o pessoal quando queima ainda diz: ‘ordem do presidente Bolsonaro’”, completou defendendo que fiscais não podem abusar na aplicação de multas.

Mentiras e fake news

Em participação no JN, Bolsonaro mentiu ao negar ter xingado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), acusou Bonner de “fazer fake news” e voltou a tecer ataques às urnas eletrônicas. "Primeiro, você não está falando a verdade quando fala 'xingar ministro', não existe. É uma fake news da sua parte”, disse a Bonner.

O jornalista lembrou a Bolsonaro da ocasião em que o presidente chamou ministro do Supremo de “canalha”. O chefe do Executivo rebateu que tem sido “perseguido" e disse que a relação com o TSE e STF está "pacificada".

Segundo ele, “quem vem sendo perseguido o tempo todo por um ministro do Supremo sou eu”. “Hoje em dia, pelo que tudo indica, está pacificado, espero que seja uma página virada”, disse. “Até você deve ter visto, por ocasião da posse de Moraes, um contato amistoso lá, e, pelo que tudo indica, está pacificado. Quem vai decidir essa questão de transparência ou não será, em parte, as Forças Armadas que foram convidadas a participar da comissão das eleições."

O presidente ainda voltou a alegar fraude nas urnas e disse querer “evitar que dúvidas pairem nas eleições deste ano, nada mais além disso”. Desde o início do voto eletrônico no Brasil, em 1996, nenhum caso de fraude foi identificado e comprovado. Bolsonaro disse ainda que “botou ponto final no MST sem pancadas”, com titularização de terras e em aceno ao público feminino, apontou que seu governo pensa nas mulheres e que “97% dos títulos” são para elas.

Lembrando o pleito eleitoral, mandou um recado ao empresariado presente: “Não se esqueçam de uma coisa: nós somos escravos das nossas escolhas”. Ao final, foi aplaudido de pé pela maioria dos presentes.

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