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Sem comentar sobre agressão, Bolsonaro usa live para criticar esquerda

Citando exemplos da Argentina e da Venezuela, chefe do Executivo fala sobre a esquerda no mundo e do "pessoal que gosta de assinar a carta da democracia"

Taísa Medeiros
postado em 18/08/2022 20:32
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

Com forte tom de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL), já de volta à Brasília após cumprir agenda no estado de São Paulo nesta quinta-feira (18/8), realizou sua tradicional live. Com críticas ao que chamou de governos de esquerda ao redor do mundo, Bolsonaro também alfinetou seu principal oponente na corrida pelo Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente não comentou sobre o episódio em que agrediu um influenciador que o questionou mais cedo, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.

Citando países como Argentina, Venezuela e Cuba, Bolsonaro vinculou os respectivos governos dos países à esquerda. “Vamos lembrar que Cuba é o paraíso da petralhada. Lá o pessoal arrisca sua vida montando em tronco de bananeira pra fugir pros Estados Unidos”, disse. O presidente mostrou uma série de notícias de portais que divulgaram as prisões de manifestantes que foram às ruas contra o governo, em Cuba e disse: “o cara que concorre à eleição, que já foi preso, não fala nada sobre isso. E vai um picareta desses assinar um manifesto pela democracia, e tem gente que acredita nesse manifesto pela democracia”, criticou.

Na mesma linha, o atual mandatário criticou o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua — o qual chamou de amigo de Lula. “Na Nicarágua, o amigo do Lula tem fechado igrejas, rádios católicas e tem censurado a mídia em seu país”, disse, citando como exemplo de uma esquerda não-democrática. Essa não é a primeira vez que Bolsonaro insiste no exemplo, o que já fez com que Lula escrevesse em seu Twitter, recentemente, que seu governo irá tratar "todas as religiões com respeito".

Diante das comparações, Bolsonaro finalizou seu argumento dizendo que a escolha pela qual o Brasil passará é muito importante: “Hoje em dia, pelo que tem pela frente, tem dois nomes, você tem que achar o que vai fazer melhor ao seu país. Mas faça comparações. Quem critica o meu governo no tocante à inflação que teve, não vou negar isso daí, tem que levar em conta a pandemia, tem que dizer que eu não defendi o ‘fique em casa, a economia a gente vê depois’”.

Pandemia

Bolsonaro voltou a criticar, ainda, as medidas de isolamento social adotadas para a prevenção do contágio pelo coronavírus, durante a pandemia. Segundo afirmou, “não errei nenhuma das minhas opiniões durante a pandemia”.

“Lá atrás com o seu Mandetta, que eu demorei pra dar o cartão vermelho pra ele, o que ele falava do lockdown: 15 dias, 30 dias, um mês, para que os hospitais se aparelhassem com respiradores, fossem construídos hospitais de campanha, e daí liberar. Demos dinheiro para estados e municípios, colaboramos com os hospitais de campanha, gastamos em 2020 mais de R$ 700 bilhões. Mas a questão dos lockdowns continuaram, e o desemprego se fazendo presente”, disse.

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