O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o debate sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas é ruim para o Brasil. Para o parlamentar, "ficar discutindo urna eletrônica não vai levar a canto nenhum. Isso só levará à insegurança e instabilidade no país”.
Lira também disse, nesta quinta-feira (18/8), durante o Macro Day 2022, evento do banco BTG Pactual, que já aconselhou o presidente a parar de tecer ataques às urnas eletrônicas e que a insistência no discurso poderia prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição nas eleições de outubro.
"Todos têm que se juntar, para que, neste momento, a gente esqueça essa polêmica e siga em frente sem maiores provocações, para que a gente possa passar a discutir, neste momento eleitoral, o que verdadeiramente importa para o Brasil.”
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Arthur Lira ainda citou a posse do novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, onde aconteceram encontros entre os adversários políticos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro, e entre os ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Dilma Rousseff (PT). Na visão de Lira, a presença de políticos de diferentes espectros foi importante para manter a tranquilidade no processo eleitoral.
“A presença de todos lá, você não pode dizer que aquele movimento tinha uma vertente só. A única vertente que tinha era de ter tranquilidade. Esse assunto (urnas eletrônicas) não faz bem ao Bolsonaro, não faz bem ao Brasil e não faz bem à justiça eleitoral”, analisou.
Sem renovações
Arthur Lira ainda fez um prognóstico de que as próximas eleições legislativas devem manter um Congresso Nacional de maioria de "centro-direita". “Quando fazemos um levantamento claro nos estados, o que notamos é uma possibilidade maior de reeleição dos parlamentares que já ocupam uma cadeira no Congresso e menor de renovação nessas eleições.”
Ele também disse que, se Lula (PT) vencer as eleições presidenciais neste ano, ele deve sofrer mais resistência entre os parlamentares do que o atual chefe do Executivo. “Se for o presidente Bolsonaro, ele já terá uma base estabelecida. Se for o Lula, ele vai ter que montar a sua base sem recorrer ao ‘toma lá dá cá' ou recorrendo a esses antigos meios”, opinou.
"Fraquejada"
Em relação à reforma tributária, Lira disse que todas as discussões precisam ser feitas, mas o governo “fraquejou na sua base”. “E a classe empresarial não apertou seus congressistas”, emendou.
O deputado disse que não considera a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600, em 2023, uma pauta bomba. “É uma pauta que está acumulada e precisamos discuti-la. Temos que focar na questão mais crônica. Não tem como trabalhar com um Orçamento congelado, com 96% das despesas obrigatórias”, disse. Em seguida, ele procurou defender o orçamento secreto, porque as polêmicas emendas do relator -- de R$ 16,5 bilhões, neste ano, e de R$ 19 bilhões no ano que vem --, “representam 0,03% do Orçamento”. (Colaborou Rosana Hessel)
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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