Vítima de nova ameaça de morte, a vereadora de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT), atribuiu as ocorrências à polarização das eleições “pautada no ódio e desqualificação do debate político”. Afirmou também que o “corpo deve estar à disposição” para a “transformação do cenário”.
A declaração foi feita em visita à Divinópolis, nesta quarta-feira (17/8). Para a vereadora, os problemas que levam às eleições, que segundo ela, tendem a ser “as mais violentas da história do páis”, vão além da polarização e estão atreladas a ausência de propostas e ao enfraquecimento do debate político.
“O problema é quando se constrói uma polarização pautada no ódio e na desqualificação do debate político. Não há no país um debate político profundo. Não há grandes propostas. Se a gente pegar os presidenciáveis do país e discutirmos qual é a grande proposta do Lula ou do Bolsonaro, por exemplo, para a reforma universitária ou universidades do país, não há debate profundo sobre essas questões”, afirmou.
Isso, para ela, contribui para a formação de um “cenário de ódio” e estímulo para a violência. “Esse cenário de ódio foi uma plataforma ou acabou sendo um terreno fértil para as ameaças de morte que tenho sofrido”, destacou.
A nova ameaça foi recebida hoje pela vereadora com a assinatura 14/88. O 14 é referência a uma frase de supremacia branca, composta por 14 palavras. O 88 é em simbolismo a oitava letra do alfabeto, o H, fazendo alusão à expressão "Heil Hitler".
Duda relata ter sido vítima de seis ameaças por grupos neonazistas. Para ampliar a segurança, ela contará com a escolta da guarda municipal disponibilizada pelo prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman, andará de carro blindado e usará colete a prova de balas durante a campanha.
“Entendo que é um contexto complicado, mas é necessário disputar as eleições neste momento, porque se queremos a transformação do cenário político de romper a necropolítica e propor a biopolítica, nosso corpo deve estar à disposição”, declarou.
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Outras ameaças
No início deste mês, a vereadora de Belo Horizonte registrou ocorrência após receber mensagens de ódio via e-mail também de um grupo neonazista. Ela disse que as mesmas pessoas já a ameaçaram antes.
"Perder seu emprego foi só o começo, na próxima vez você vai perder sua vida", diz trecho de e-mail enviado à parlamentar. Ele foi assinado por uma pessoa que se identifica pelo nome William Maza dos Santos.
Esse mesmo grupo, segundo Duda, foi responsável por ela perder o emprego em uma escola que trabalhava. Na época, foram enviados e-mails à instituição dizendo que a transformariam em um "mar de sangue".
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