O presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu que, em 2023, os servidores públicos federais terão reajuste. O percentual está sendo discutido pela Junta Orçamentária, que está preparando o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que será entregue pelo Executivo ao Congresso no fim deste mês.
"Os servidores terão reajuste no ano que vem. Não definimos o percentual", afirmou o presidente, na noite desta quarta-feira (17/8), em encontro com prefeitos em Brasília. Ele ainda assegurou a reestruturação das carreiras.
Quando apresentou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 ao Congresso, em abril, o secretário do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, disse que haveria uma reserva de R$ 11,7 bilhões para o reajuste do funcionalismo no ano que vem, recurso que não seria suficiente para uma correção linear de 5%, por exemplo.
Durante o discurso aos prefeitos, Bolsonaro prometeu manter impostos federais sobre combustíveis zerados no ano que vem, fez ataques à esquerda avançando nos países vizinhos, como Argentina, Chile e Colômbia, que estão sofrendo retrocessos na economia.
"Em 2014 e 2015, perdemos quase 3 milhões de empregos. Qual o motivo? Má gestão", afirmou ele, comparando com a criação de um número semelhante entre 2020 e 2021, após conseguir preservar cerca de 12 milhões com os programas de socorro criados na pandemia.
"Não é só andar para trás. Andar para a esquerda também não é bom", afirmou, em tom de ironia e risos. Além disse que, na Colômbia, que acabou de eleger o primeiro presidente de esquerda da história do país, o serviço que mais cresce lá agora é a "emissão de passaportes".
Em clima de campanha, o chefe do Executivo não deixou e elogios à sua gestão e à economia. “O Brasil é um país que, realmente, na economia, está fazendo inveja para o mundo todo. Temos inflação menor do que os Estados Unidos”, afirmou ele, citando a deflação no mês de junho e ainda garantiu que, em agosto, já se projeta nova queda dos índices de inflação em agosto.
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Fies e mulheres
Com baixa popularidade entre jovens e mulheres, Bolsonaro procurou dar sinais de que seu governo se preocupa com essas duas categorias. Ele disse que existem 1 milhão de jovens que fizeram curso superior com crédito do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), estava inadimplentes e poderão, a partir de setembro, negociar a dívida junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil, refinanciar a dívida com desconto de até 99%. “É só procurar o BB ou a Caixa e pagar esses 1% em 150 meses”, garantiu. “Vamos tirar (esses jovens) da lista do SPC e do Serasa e voltarem com seus direitos tão logo resolvam a questão”, acrescentou.
Após alegar que a violência diminuiu com a liberalização das armas durante o governo atual – ignorando os dados de aumento de feminicídio no país, inclusive por armas de fogo –, o presidente disse que dos, 370 mil títulos de terras concedidos durante a sua gestão, 90% deles foram para as mulheres.
O "iluminado" e prova de vida
Ao falar do Pix, plataforma criada pelo Banco Central que vem batendo recordes de movimentações e, segundo ele, “está fazendo com que o caixa eletrônico se aposente”, Bolsonaro contou que houve um “iluminado” sugeriu a criação de um imposto de R$ 0,01 para o Pix. “Eu disse não, porque se cria uma CPMF de forma enviezada. No nosso governo não tem criação de novos impostos”, afirmou.
Bolsonaro também assegurou que a prova de vida dos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será facilitada e um dos mecanismos para isso serão as eleições de outubro. “Quem votar estará livre da prova de vida”, disse ele, acrescentando que quem renovar ou tirar uma carteira de habilitação, assim como quem comprar ou vender imóveis, estarão desobrigados de fazerem a prova de vida.
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