A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) aceitou ir à cerimônia de posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao ser informada de que não ficaria ao lado do ex-presidente Michel Temer (MDB). A informação é da jornalista Julia Duailibi da Globo News.
De acordo com ela, ao receber o convite, Dilma chegou a manifestar a preocupação de ficar ao lado de Temer, a quem acusa de ter orquestrado “um golpe” contra ela, resultando no impeachment.
A regra do cerimonial diz o seguinte: o ex-presidente mais antigo (José Sarney) fica ao centro. À sua direita, é posicionado o segundo mais antigo (Lula) e, à sua esquerda, o terceiro mais antigo (Dilma). O quarto mais antigo (Temer) fica à direita do segundo (Lula).
Este foi o primeiro encontro oficial de Dilma e Temer desde o impeachment da ex-presidente, em 2016, quando o emedebista assumiu a Presidência da República. Os dois se sentaram na primeira fileira do evento, a poucas cadeiras de distância e não foi registrado nenhum cumprimento.
Esta também foi a primeira vez que Lula e Bolsonaro, principais adversários nas eleições presidenciais deste ano, se encontraram presencialmente. O petista estava na primeira fileira, de frente ao presidente, que compôs a mesa.
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Dilma e Temer trocam farpas
No fim de julho, Dilma e Temer trocaram farpas após o ex-presidente afirmar que ela é "honestíssima" e que seu processo de impeachment foi decorrente de problemas políticos, como a "dificuldade da petista de se relacionar com o Congresso Nacional e com a sociedade".
"Às vezes falam de corrupção, mas é mentira. Ela (Dilma) é honesta. O que eu sei, e pude acompanhar, embora estivesse à margem do governo e embora fosse vice-presidente, não há nada que possa apodá-la de corrupta. Para mim, honestíssima. Houve problemas políticos. Ela teve dificuldade no relacionamento com o Congresso Nacional, teve dificuldade no relacionamento com a sociedade e teve as chamadas 'pedaladas', uma coisa extremamente técnica, decretada pelo Tribunal de Contas da União. Esse conjunto de fatores é que levou multidões às ruas", disse Temer.
A petista chegou a responder seu vice e o chamou de 'golpista'. "O senhor Michel Temer não engana mais ninguém. O que se conhece dele é mais que suficiente para evitá-lo, razão pela qual não pretendo mais debater com este senhor", declarou em nota.
"Tal 'dificuldade' era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o "orçamento secreto", realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal", disse.
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