Forças armadas

1,6 mil militares receberam benefícios de mais de R$ 100 mil ao ano

Levantamento será encaminhado ao TCU para investigação sobre a folha de pagamento das Forças Armadas em 2021 e 2022

Taísa Medeiros
postado em 15/08/2022 20:07
Levantamento foi feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), e divulgado nesta segunda-feira (15/8) -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Levantamento foi feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), e divulgado nesta segunda-feira (15/8) - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Quase 1,6 mil militares receberam benefícios de mais de R$ 100 mil nas folhas de pagamento de 2021 e 2022. É o que revela o levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) divulgado nesta segunda-feira (15/8). Dentre os militares que receberam os benefícios estão o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; o diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); tenente brigadeiro-do-ar, Luiz Ricardo de Souza Nascimento; e o chefe do Estado Maior, Laerte de Souza Santos.

Pazuello recebeu, no último mês de março, R$ 316.548,44, incluindo o salário de R$ 32.633,40 mais R$ 282.623,84 de verbas indenizatórias. Já o comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior recebeu, em junho do ano passado, o total bruto de R$ 818.902,09.

O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), tenente brigadeiro-do-ar, Luiz Ricardo de Souza Nascimento recebeu, em novembro de 2021, o valor bruto de R$ 719.724,85. O chefe do Estado Maior, Laerte de Souza Santos, foi agraciado, em junho de 2021, com um extra de R$ 286.663,36 mais o salário de R$ 34,4 mil, totalizando R$ 322.496,22.

Levantamento enviado ao TCU

O levantamento será entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU) como um complemento à representação feita em julho deste ano, pedindo auditoria detalhada na folha de pagamento das Forças Armadas de 2019 até agora. O documento aponta que a própria Controladoria-Geral da União (CGU) constatou que militares da ativa estão acumulando cargos e funções e recebendo remunerações que extrapolam o teto constitucional.

"É um tapa na cara do povo brasileiro, que está passando por uma das piores crises dos últimos tempos. Fica claro que há uma conduta do governo Bolsonaro que privilegia um grupo das Forças Armadas, já que esses benefícios não abrangem todos os militares, nem chegam a outros servidores federais, como professores e enfermeiros", afirma o deputado.

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