O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista ao podcast Cara a Tapa, do jornalista Rica Perrone, que não falou com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump após as buscas realizadas pelo FBI na mansão do republicano na Flórida nesta semana. Segundo documentos tornados públicos pela Justiça americana, Trump está sob investigação criminal por possíveis violações da Lei de Espionagem e apreendeu documentos secretos.
"Não falei com Trump. Mas presidentes têm informações privilegiadas. Eu tenho
Vão me prender agora?", questionou.
Bolsonaro tem aproveitado o espaço da entrevista para se defender de acusações antigas, como o caso da "Wal do Açaí", o episódio em que foi punido por transgressão disciplinar no Exército e a prisão da vó da primeira-dama Michelle Bolsonaro por tráfico de drogas. Ele ainda negou que tenha sido expulso do Exército. Segundo o presidente, ele foi para Reserva quando foi diplomado vereador do Rio.
"Como parlamentar, eu tinha direito de ter funcionários em Brasília e no Rio. E tinha essa funcionária em Angra. O parlamentar que define o horário de trabalho e ela estava de férias na época da reportagem", disse, rebatendo que a Walderice Santos da Conceição fosse funcionária fantasma. Em 2018, ela era secretária parlamentar do gabinete de Bolsonaro na Câmara, mas foi encontrada trabalhando em uma loja de açaí em Angra dos Reis (RJ). "A avó dela Michelle foi presa, digo até pelo que, por tráfico, mas já cumpriu a pena, e a Michelle tem mais de 100 parentes em Ceilândia (DF)."
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Golpismo
Bolsonaro rebateu, em entrevista, as acusações de golpista, mas afirmou que não confia em quem "está por trás" das urnas eletrônicas.
"Sou acusado agora de programar um golpe. Alguém já me viu me movimentando com generais, conspirando?", disse durante a entrevista na manhã deste sábado. Em outro momento, Bolsonaro disse que confia nas urnas, mas não em "quem está por trás, que faz o programa".
Ele admitiu que apoiou a urna eletrônica quando foi adotada, em 1996, porque "tinha muita sacanagem no voto do papel impresso". O presidente negou que defenda o voto impresso e disse que briga apenas pela "transparência". "Assunto de está com Forças Armadas, convidada pelo TSE no ano passado." Ele alegou ainda que nenhum país está interessado em adotar o sistema eleitoral brasileiro, citando o Paraguai.
Com a cruzada de Bolsonaro em relação ao sistema eleitoral brasileiro, as Forças Armadas, que foram convidadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para participar da comissão de transparência do pleito, tem tentado convencer a corte a alterar a forma com que o teste das urnas é realizado.
Conforme mostrou o Estadão/Broadcast hoje, as Forças Armadas querem convencer o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que assume o TSE nesta terça-feira (16), o teste de integridade das urnas, que é um processo realizado para certificar que as máquinas contam corretamente os votos. Eles querem que o teste, hoje feito por servidores do TRE e transmitido ao vivo na internet, seja feito em condições reais.
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