Supersalários

Após reajuste no Judiciário, parlamentares também querem aumentar salários

Deputados e senadores articulam reajuste para receber R$ 36,8 mil

Raphael Felice
postado em 12/08/2022 18:07 / atualizado em 12/08/2022 18:08
 (crédito:  Waldemir Barreto/Agência Senado)
(crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Após os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovarem, um reajuste aos próprios salários em 18% na última quarta-feira (10/8), o Congresso Nacional começou a agir nos bastidores para também conseguir correção salarial. Os membros titulares do STF vão passar de R$ 39,3 mil para R$ 46,3 mil mensais, mas ainda dependem de aprovação de deputados e senadores e de sanção presidencial.

Apesar das críticas públicas de alguns deputados e senadores ao poder Judiciário por conta do reajuste, internamente alguns parlamentares já começam a pressionar a Mesa Diretora da Câmara para estabelecer um reajuste salarial de aproximadamente 10%. Hoje, deputados e senadores ganham R$ 33,7 mil e passariam a ganhar R$ 37,07 mil com a mudança.

“Reajuste de 18% para ministros do STF é um DEBOCHE com os brasileiros que estão desempregados, passando fome e lutando para sobreviver. Votarei contra esse pedido VERGONHOSO que aumenta de R$ 39 mil para R$ 46 mil o salário de ministro do Supremo”, escreveu em seu perfil no Twitter o deputado Marcel van Hattem (Novo-SP).

Ainda segundo o parlamentar, "é uma irresponsabilidade dos ministros do Supremo aprovar esse reajuste enquanto o Brasil e o mundo ainda passam por uma série crise econômica. Reforço: vou votar contra o reajuste quando for analisado na Câmara e trabalhar fortemente para que seja rejeitado no plenário!"

Só depois das eleições

Caso a medida de reajuste aos parlamentares avance, ela será efetivada apenas na próxima legislatura, já que o Congresso não pode promover reajuste durante o mandato atual. Outro fator que pesa para o movimento é que, desde 2014, os congressistas não recebem reajuste. No entanto, o debate só deve ganhar força após a realização das eleições, uma vez que a medida pode ser interpretada como negativa pelo eleitor.

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