Após a saída de Pedro Guimarães da presidência da Caixa Econômica Federal devido a denúncias de assédio moral e sexual contra mulheres, a estatal iniciou uma série de medidas paliativas. No início da tarde desta quarta-feira (10/08), por exemplo, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, e a vice-presidente da Caixa, Tatiana Thomé, estiveram em uma agência de Belo Horizonte para divulgar o serviço Caixa Pra Elas, voltado às mulheres.
"Essa parceria com a Caixa vem também para trazer incentivo ao empreendedorismo feminino, microcrédito, acolher essa mulher e dizer que tem saída", afirmou Cristiane Britto.
O programa visa ao atendimento exclusivo para mulheres que querem empreender, tirar dúvidas ou fazer qualquer tipo de denúncia. O espaço já consta em 250 agências da Caixa no Brasil.
"O objetivo aqui é trabalhar dentro de três pilares: pilar de prevenção, de prevenção a essa mulher. Segundo pilar, a questão da promoção, promoção da cidadania, promoção do empreendedorismo, capacitação da mulher. E o terceiro pilar, pilar de produtos. Vamos ter pacotes especiais para esse público feminino", disse a vice-presidente da Caixa, Tatiana Thomé.
A divulgação na capital de Minas Gerais ocorreu na agência Minas Shopping, no Bairro Ipiranga, Região Leste de BH. Ela aconteceu um dia depois do lançamento oficial, nessa terça-feira (9), em São Paulo.
Tanto Caixa quanto Governo Federal seguem com a ideia de apagar a má imagem deixada após as denúncias. As visitas a outras agências do Brasil seguirão nos próximos dias, e a ideia é de que ministros acompanhem diretores da instituição.
Segundo a Caixa, a intenção é de que mil tenham o Caixa Pra Elas até o fim de agosto e quatro mil até o fim de 2022. A instituição tem agências espalhadas por cerca de cinco mil cidades brasileiras.
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Assédios
Pedro Guimarães deixou o posto de presidente da Caixa a pedido em 29 de junho deste ano, após várias denúncias de assédio. Ele estava no cargo desde o início do mandato de Jair Bolsonaro (PL) como presidente da República, em janeiro de 2019.
Levantamento do Poder360 publicado na última quarta-feira (3) indica que o assédio na estatal cresceu consideravelmente de 2015 a 2022, com crescente forte a partir de 2019. O número total de assédios denunciados foi de 69 naquele ano, enquanto em 2022, ainda em curso, já foram feitas 254 denúncias. Em 2017, foram 68, enquanto 2019 contou com 361.
Pedro Guimarães, investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), nega as acusações. Daniella Marques é a presidente da Caixa desde que Pedro Guimarães deixou o posto.
"Especificamente sobre o caso da Caixa, a gente está aguardando apuração. A própria presidente da Caixa gosta muito de ressaltar isso, que a gente não está aqui para julgar, mas o que a gente está fazendo para demonstrar que ela está segura, que ela pode denunciar, e agora ampliar a nossa rede. E é isso que a gente está fazendo aqui em parceria com a Caixa, com o Ministério da Cidadania, fortalecer essa rede para que qualquer mulher, em qualquer lugar do país que esteja, saiba onde pedir socorro e saber que ela vai ser acolhida de forma humanizada", afirmou Cristiane Britto.
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