A aprovação do pacote de benefícios trouxe, aparentemente, o efeito esperado pelo entorno de Jair Bolsonaro (PL). Isso porque a distância entre ele e o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as intenções de voto na corrida ao Palácio do Planalto, diminuiu segundo a pesquisa BTG/FSB. O resultado mostrou que o presidente teve queda na rejeição junto ao eleitorado e ainda reduziu a desvantagem para o petista.
Três semanas depois da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que estabeleceu os benefícios para a população de baixa renda e categorias como caminhoneiros e taxistas, Bolsonaro subiu de 31% para 34%, enquanto Lula recuou de 44% para 41%. A diferença de sete pontos percentuais nessa simulação é a menor da série histórica da pesquisa BTG/FSB, iniciada em março.
Na simulação de segundo turno, Lula também perdeu 3% — agora tem 51% contra 39% de Bolsonaro, que subiu os mesmos 3%. A sondagem aponta, ainda, que a redução da taxa de rejeição do governo caiu de 58% para 53%.
Com a chamada PEC kamikaze — apelido dado pela própria equipe econômica do governo devido ao impacto fiscal calculados em aproximadamente R$ 41 bilhões —, o governo concedeu uma série de auxílios, apesar do ano eleitoral. Isso só foi possível porque conseguiu-se alterar a Constituição para, mais uma vez, decretar Estado de Emergência, com o qual foi possível justificar os gastos com os benefícios.
Entre as medidas estão a ampliação do Auxílio Brasil — foi de R$ 400 para R$ 600 e começa a ser pago hoje — e do vale-gás — pulou de R$ 50 para R$ 110. A PEC também implementou um benefício de R$ 1 mil para todos os caminhoneiros cadastrados no Registro Nacional de Transportadores de Cargas (RNTRC) e para taxistas, com objetivo de amenizar o impacto com os seguidos aumentos dos preços dos combustíveis realizados pela Petrobras. Oposição e especialistas analisam as medidas como eleitoreiras, por terem validade apenas até o 31 de dezembro deste ano.
Outro aspecto importante na estratégia do governo é a redução do preço da gasolina. Em 23 de junho, o Congresso aprovou um Projeto de Lei Complementar que determina teto entre 17% e 18% para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações, gás natural e transporte coletivo (PLP 18).
Com a melhora dos indicadores puxada aparentemente pelas últimas medidas, Bolsonaro e aliados buscam repercutir indicativos econômicos positivos ao governo. O discurso é de que o Brasil está crescendo "na contramão do mundo".
"O aumento no número de beneficiários do Auxílio Brasil em relação ao programa da gestão anterior, e o aumento do pagamento mínimo contribuem para a queda da extrema pobreza no país! O Brasil segue na contramão do mundo, que vai registrar alta de 9,9%", disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ao comparar a média dos indicadores de extrema pobreza no Brasil com o cenário mundial.
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