Pacheco defende urnas, ministros e TSE

Raphael Felice
postado em 04/08/2022 00:01
 (crédito: Roque de Sá/Agência Senado)
(crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

Em pronunciamento no Plenário do Senado depois do recesso, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), voltou a defender as urnas eletrônicas, o processo eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral e o Estado democrático de direito. O parlamentar, novamente, seguiu no caminho oposto ao do comandante da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que vem se esquivando de assumir posições contrárias às do presidente Jair Bolsonaro (PL) — que faz críticas frequentes ao pleito e ao sistema de votação.

Pacheco defendeu, sobretudo, os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes, respectivamente atual e próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — alvos habituais de Bolsonaro e seus aliados. "Gostaria de reconhecer o bom trabalho que vem sendo realizado na presidência do Tribunal Superior Eleitoral pelo ministro Edson Fachin, bem como expressar minha certeza de que tal trabalho exitoso terá continuidade na gestão do ministro Alexandre de Moraes, que assume, no próximo dia 16 de agosto, a presidência da Corte Eleitoral, responsável pela condução das eleições", disse.

Orgulho nacional

O presidente do Senado destacou a importância das urnas eletrônicas como ferramentas para evitar os "vícios eleitorais" que marcavam o voto em papel. "As urnas eletrônicas têm sido motivo de orgulho nacional e trouxeram, nesses 26 anos de uso no Brasil, transparência, confiabilidade e velocidade na apuração do resultado das eleições. Elas têm-se constituído em ferramenta poderosa contra vícios eleitorais muito frequentes na época do voto em papel. Representam, portanto, um verdadeiro aperfeiçoamento institucional", afirmou

Pacheco acrescentou que tem "plena confiança" no sistema eleitoral, no TSE e afirmou que o próximo presidente da República terá legitimidade reconhecida, assim que proclamado o resultado das urnas.

"O rito eleitoral confere protagonismo à vontade popular, garantindo que os verdadeiros detentores do poder possam livremente escolher seus governantes. As eleições existem para assegurar a legitimidade do poder político, pois o resultado das urnas é a resposta legítima da vontade popular. Legitimidade que deve ser reconhecida, assim que proclamado o resultado das urnas", salientou.

Mais uma vez, Pacheco pediu "pacificação de ânimos" e civilidade durante o período eleitoral. "Na qualidade de chefe de Poder, no começo deste segundo semestre de 2022, faço um apelo a todos os cidadãos, a todos os segmentos da sociedade e a todas as autoridades públicas no sentido da pacificação de ânimos, no sentido do cultivo da razoabilidade e da civilidade", observou.

O discurso de Pacheco veio na sequência mais uma crítica de Jair Bolsonaro (PL), dessa vez contra as cartas em defesa da democracia elaboradas pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e pela Federação da Indústria dos Estado de São Paulo (Fiesp) — com apoio de instituições como a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Segundo o presidente, quem aderiu aos documentos é "cara de pau" e "sem caráter".

 

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