O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu uma acusação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) de que ele teria feito uma "interferência direta" para não aprovar o voto impresso no Congresso. Por meio das redes sociais, o magistrado chamou a declaração de mentirosa e disse que compareceu à Câmara dos Deputados como presidente da Justiça Eleitoral para atender a convites institucionais.
“Mentir precisa voltar a ser errado de novo. Compareci à Câmara dos Deputados, como presidente do TSE [Tribunal Superior Eleitoral], para debater o voto impresso, atendendo a TRÊS CONVITES OFICIAIS. E foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores”, escreveu Barroso via Twitter.
Em entrevista a uma rádio gaúcha, Jair Bolsonaro disse que Barroso articulou-se pela derrubada do voto impresso, enquanto presidia o TSE. “Presidente do TSE, Barroso foi ao parlamento e se reuniu com lideranças. No dia seguinte, eles trocaram vários integrantes das comissões, de modo que votaram contra a PEC do Voto Impresso”, disse.
A Câmara dos Deputados rejeitou, em agosto do ano passado, a Proposta de emenda à Constituição (PEC) que modificava o sistema eleitoral e tornava obrigatório o voto impresso nas eleições de 2022. Foram 229 votos favoráveis, 218 contrários e 1 abstenção. Como não atingiu o mínimo de 308 parlamentares a favor, o texto foi arquivado.
O projeto rejeitado, de autoria da deputada Bia Kicis (PL-DF), determinava a impressão de “cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”. A votação foi a terceira derrota do voto impresso na Câmara, já que o tema também foi rejeitado em duas votações em comissão especial na Casa.
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