O PSDB oficializou, nesta terça-feira (2/8), a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) como vice da também senadora Simone Tebet (MDB-MS) na chapa à Presidência da República. O anúncio foi feito durante evento na sede do PSDB em São Paulo.
"Estou lisonjeada de ter uma mulher como a Simone me convidando para ser vice dela", discursou Gabrilli. "Vocês podem imaginar o tamanho da minha emoção em poder contribuir para esse país, porque foram as pessoas com deficiência que me fizeram querer lutar para que as pessoas tenham oportunidade", completou.
Em seu discurso, a senadora relembrou a trajetória na política, passando por cargos de vereadora, deputada, pelo comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, até ocupar o cargo atual de senadora. Gabrilli criticou ainda o governo de Jair Bolsonaro (PL) e também os governos do PT.
"Eu fico muito, muito arrasada, triste, de ver um governo desdenhando a população negra, as mulheres, as meninas, desdenhando os indígenas", afirmou a senadora. "É impossível de conviver com uma situação dessa. Desdenhar do nosso próprio país. Às vezes, parece que o nosso presidente só engrandece quando ele vê as pessoas sofrendo, quando ele vê as pessoas diminuindo", completou. A senadora disse ainda que viu "dentro da minha casa o meu pai ser extorquido pelo PT, com uma arma na cabeça".
A senadora já defendeu em ocasiões anteriores que seu pai, empresário do ramo de transporte público em Santo André, São Paulo, era ameaçado por membros da gestão do então prefeito da cidade Celso Daniel (PT), morto em 2002.
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"Não serve o presidente que aí está e também não serve o presidente do passado", discursou Tebet. Sem citar nomes, ela também acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ter tentando "puxar o tapete" da candidatura. "Nós chegamos, contra tudo e contra todos. Puxem pela imprensa todo o histórico, de tudo o que foi relatado. Não era para eu estar aqui, mas nós chegamos", continuou.
A senadora também afirmou que a escolha de uma chapa 100% feminina foi feita após pesquisas qualitativas. "Que bom que as pesquisas mostraram que homens e mulheres estão prontos para votar nessa chapa. Essa é uma eleição de dois turnos, e nós vamos estar lá", disse Tebet.
"Duas mulheres com história de vida pública"
"Nessa construção da busca de alguém que pudesse representar o conjunto desse centro democrático, dessas forças políticas, toda a imprensa, toda a sociedade acompanhou o que foi essa jornada", discursou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo. "Sim, a força da mulher brasileira está pronta para governar esse país. É mais do que ter duas senadoras, é ter duas mulheres com história de vida pública. Esse momento é da construção da política", completou.
O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleira Rossi (MDB-SP), também esteve presente e defendeu a chapa, agora completa, como inclusiva e como resposta à polarização atual. "Triste o país que, se não tivesse alternativa, poderia escolher o presidente da República pelo voto do não. Quando a gente escolhe um presidente porque não gosta do outro, a gente não tem esperança, a gente não tem perspectiva de vida melhor", disse Baleia.
Também discursou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que era um dos principais cotados a ocupar a candidatura à vice-presidência. O nome do senador era apoiado por Tebet, mas Jereissati sinalizou a aliados que não estava muito disposto a participar da chapa. “Em determinado momento meu nome foi levantado pela generosidade dos nossos amigos para ser candidato a vice-presidente. No entanto, nós decidimos não tomar nenhuma decisão precipitada”, disse o senador, explicando que o nome de Mara Gabrilli foi escolhido após pesquisas e negociações.
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