A semana começa com a tendência de Luciano Bivar (União Brasil) anunciar, em breve, que estará fora da disputa presidencial, bem como André Janones, do Avante. Ambos transferem parte dos votos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não tudo. Até porque, grande parte do União tem laços com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e esse segmento tira de Bivar a condição de aprovar o apoio ao petista numa convenção do partido.
Porém, para Lula, que trabalha para vencer no primeiro turno, qualquer pontinho que ajude nessa direção é lucro. Os petistas estão convictos de que uma vitória logo em 2 de outubro ampliará seu poder de negociação com o Congresso e com o Centrão. Falta combinar com o eleitor, que é quem, daqui a dois meses, decidirá a eleição.
Em tempo: não é apenas Lula que calcula lucrar com as desistências de Janones e Bivar. O próprio Bolsonaro considera que, dada a raiz mais à direita tanto do DEM quanto do PSL, que resultaram no União Brasil, pode ser o candidato ele, e não Lula, a angariar mais votos com a saída de Bivar do páreo.
No PDT de Ciro Gomes e no MDB de Simone Tebet também há quem vislumbre a perspectiva de faturar alguns eleitores. Portanto, no balanço das horas, embora Lula faça a sua conta de chegada, a avaliação é a de que, no 1% de Bivar e nos 3% de Janones, tem eleitores para todos os candidatos.
Fato consumado
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, tem dito que a candidatura de Alessandro Molon ao Senado, no Rio de Janeiro, já está aprovada em convenção e que o diretório estadual tem autonomia. Para bons entendedores, está claro que Molon permanecerá na disputa. Logo, resta aos petistas lançarem André Ceciliano avulso ao Senado.
Sete...
Com mais cinco dias para realização de convenções, o PSB acredita que o balanço de apoios ao PT está mais do que positivo. Além da candidatura presidencial de Lula, os socialistas estarão com candidatos petistas em São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí. "E São Paulo vale pela metade do país", diz Siqueira em conversa
com amigos.
...a quatro
Da parte do PT, o apoio ao PSB se dará em Pernambuco, Espírito Santo, Maranhão e Rio de Janeiro. E olha que, no caso do Rio de Janeiro, há dúvidas por causa da candidatura de André Ceciliano ao Senado.
A aposta de Tarcísio
Ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro e candidato ao governo de São Paulo pelo Republicanos, Tarcísio de Freitas fará a sua campanha lastreada no desgaste de material do PSDB. A ideia é mostrar que os tucanos já governaram o estado por quase 28 anos e é
hora de renovar.
Bate, mas nem tanto/ O PT está numa sinuca em São Paulo. Se bater demais nos tucanos, corre o risco de prejudicar um apoio deles a Lula se houver segundo turno para a presidente da República. Se bater de menos e centrar o debate e as críticas a Tarcísio, corre o risco de deixar o tucano livre buscando os votos de que necessita para a vaga no segundo turno.
Por falar em Republicanos.../ Se alguém tinha alguma dúvida do apoio do presidente nacional do partido, Marcos Pereira (foto), a Bolsonaro, ontem essas dúvidas foram sanadas. Ele fez questão de anunciar que a estrutura do partido estará a cargo da reeleição do capitão.
Colou de vez/ A campanha de Tarcísio colou tanto na de Bolsonaro que até a primeira-dama, Michelle, discursou. Aliás, depois da participação dela na convenção que oficializou a campanha pela reeleição, os partidos aliados vão colocá-la em todos os eventos.
Discretíssimo/ Para quem já foi o protagonista da política nacional, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha ficou quase que incógnito na convenção que homologou a candidatura de Tarcísio ao governo de São Paulo. Estava no canto esquerdo do palco, longe dos holofotes.