Com os cenários eleitorais se definindo regionalmente, o PSDB luta para manter o protagonismo em, pelo menos, dois estados: São Paulo e Rio Grande do Sul. O presidente da legenda, Bruno Araújo, trabalha intensamente para viabilizar, até amanhã, o acordo com o MDB para montagem do palanque gaúcho, em torno da candidatura do ex-governador Eduardo Leite.
Mas é em São Paulo que os tucanos vão para o tudo ou nada. A reeleição do governador Rodrigo Garcia é a prioridade número um do partido, em uma disputa que pode furar a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que apoiam candidaturas competitivas na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.
Ainda pouco conhecido do eleitorado paulista, Garcia conta com a máquina do PSDB, que domina o estado há mais de duas décadas, e com o apoio formal de partidos fortes, como o MDB, que deve indicar o vice, além do União Brasil e do PP. O tucano conseguiu rachar o PL — que aposta na candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas — e o Republicanos, com dissidências que podem minar o candidato bolsonarista. A convenção do PSDB paulista é amanhã.
Os movimentos de Garcia avançam para o lado direito do espectro político, no sentido de consolidar o nome do governador como principal força para enfrentar o candidato da coligação de esquerda, Fernando Haddad (PT), cujo maior cabo eleitoral é Lula. O ex-ministro da Educação lidera as pesquisas de intenção de votos e não é visto como o maior alvo dos tucanos. A estratégia é tirar Tarcísio do segundo turno para amealhar os votos antipetistas em um embate com Haddad.
Para diminuir a rejeição, sobretudo no interior, o petista conta com a participação do candidato a vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin, e do candidato ao Senado, o também ex-governador Márcio França, ambos do PSB. Aposta na "moderação" dos dois para avançar sobre o eleitorado que não é de esquerda, mas não se anima com Tarcísio e Garcia. Segundo as últimas pesquisas, os dois estão empatados em segundo lugar, com metade das intenções de votos de Haddad. (VD)