O presidente Jair Bolsonaro (PL) citou nesta quarta-feira (27/07) algumas das pautas ideológicas defendidas em sua gestão e afirmou em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada que “a mãe de esquerda concorda com a gente”.
"Esse pessoal de esquerda, essa mãe de esquerda concorda com a gente. ‘Você quer seu filho nas drogas?’ Não. ‘Você quer que alguém roube o celular do seu filho e dê um tiro na cara dele?’ Não. Tudo está com a gente. Então por que você é de esquerda? Tem certas coisas que depois que se experimenta não tem mais retorno não”, disse.
Em referência ao caso de politização da Bandeira Nacional, Bolsonaro alegou que o símbolo ressurgiu em seu governo e voltou a atacar o PT, dizendo que as bandeiras defendidas pela esquerda são as da “ foice, do martelo, Che Guevara, maconha e arco íris”.
“A bandeira ressurgiu com a gente. Tanto é que tentaram aí: 'Nossa, tá veiculado ao outro lado'. Está mesmo. Do outro lado é foice, é o martelo, é Che Guevara, a bandeira da maconha, arco íris, tá. Esses rótulos vão ficando para trás. Falaram que eu ia discriminar, perseguir. Eu não persegui ninguém. O outro lado procura dividir para governar”, alegou.
Bolsonaro também voltou a pregar o armamento por parte da população e assumiu ter facilitado a venda de armas no Brasil. “Tem hoje uma matéria na imprensa dizendo que aumentou e muito a venda de armas no Brasil. Sim, aumentou. E eu facilitei mesmo. Agora, não bota na mesma matéria que tem caído demais o número de mortes por arma de fogo no Brasil. Se você para um carro na pista aí hoje em dia, o cara tá preocupado em chegar em você, se você tá armado ou não. Se mora em um lugar meio deserto, também. Tem que comprar arma de fogo. Os vagabundos têm, por que você não pode ter?”, questionou.
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O presidente também relatou o episódio ocorrido em 1995, quando ainda deputado no Rio de Janeiro foi assaltado, e mesmo armado, teve uma motocicleta Honda Sahara 350 e uma pistola Glock 380 roubadas. À época, em declaração aos órgãos de imprensa, segundo notícia veiculada em A Tribuna da Imprensa, o atual presidente declarou que, ‘mesmo armado, me senti indefeso’.
“Eu nunca consegui me imaginar sem duas armas na minha moto no Rio de Janeiro. Duas. E uma vez fui pego ainda. Eu fui surpreendido. O cara levou minha moto e minha arma, pô. Mas dois dias depois, recuperei a moto e a arma. Coisa rara. É quase como ganhar na Mega- Sena. A imprensa bate em mim porque o cara levou minha arma. ‘Tá vendo, deu uma arma para o cara’. Não dei porque eu recuperei a arma, uma pistola glock”, disse aos apoiadores.
“Arma não é defesa pessoal, é defesa nacional. Vê se alguém vai invadir os EUA. Qual maior exército do mundo? O americano. E não é fardado, é do povo, o pessoal CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador, com porte de arma) de lá. Nós estamos chegando aqui com muito orgulho a 700 mil CACs. Os caras que são contra, os engravatados, vivem com segurança armada se desse exemplo, tudo bem”, emendou.
O episódio relembrado por Bolsonaro foi citado pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril do ano passado em uma decisão que suspendeu trechos de quatro decretos que ampliavam o acesso às armas. A magistrada usou o exemplo para falar sobre o risco de armas compradas legalmente por cidadãos caírem nas mãos de criminosos.